quarta-feira, 5 de maio de 2010

HUMILDADE x ORGULHO

Humildade. Esta palavra é muito usada, mas nem todas as pessoas conseguem entender o seu Verdadeiro significado. O termo humildade vem de húmus, palavra de origem latina que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente. Assim, uma pessoa humilde está sempre disposta a aprender e deixar brotar no solo fértil da sua alma, a boa semente. A verdadeira humildade é firme, segura, sóbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com a pieguice. A humildade é a mais nobre de todas as virtudes pois somente ela predispõe o seu portador, à sabedoria real.
O contrário de humildade é orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende. O orgulhoso é soberbo, julga-se superior e esconde-se por trás da falsa humildade ou da tola vaidade. Alguns exemplos talvez tornem mais claras as nossas reflexões. Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: "eu me equivoquei", pois sua intenção é de aprender, de crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: "não foi minha culpa", porque se acha acima de qualquer suspeita. A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razão tem mais tempo. Uma pessoa orgulhosa está sempre "muito ocupada" para fazer o que é necessário. A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas. A pessoa orgulhosa dá desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências. Uma pessoa humilde se compromete e realiza. Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita. A pessoa humilde diz: "eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser". A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos. A orgulhosa resiste àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes defeitos. O humilde sempre faz algo mais, além da sua obrigação. O orgulhoso não colabora, e sempre diz: "eu faço o meu trabalho". Uma pessoa humilde diz: "deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir". A pessoa orgulhosa afirma: "sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo". A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo, porque teme a concorrência. A pessoa orgulhosa não aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores.
Quem é humilde cresce sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade. O orgulhoso se diz céptico, por achar que não pode haver nada no universo que ele desconheça, o humilde reverencia ao criador, todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece. Uma pessoa humilde defende as ideias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa orgulhosa defende sempre suas ideias, não porque acredite nelas, mas porque são suas.
Enfim, como se pode perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade é chave que abre as portas da perfeição.
Você sabe por quê o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso? É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios. Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.

*autor não citado

GUIAS DE LEI

SE EU ME AFASTAR DO CENTRO DE UMBANDA, MEUS GUIAS VÃO SE VOLTAR CONTRA MIM E FECHAR MEUS CAMINHOS?


Olá meus irmãos, que os Orixas nos cubram com suas 7 luzes sagradas

O tema acima abordado gera ainda nos dias de hoje muita discussão, pois escutamos de alguns irmãos que visitam nossa casa que foram em determinado centro e infelizmente o dirigente desta casa lhes informou que "sua vida estava andando para trás, pois seus guias haviam se voltado contra o mesmo por ele ter abandonado o terreiro",isso quando esta informação parte de pessoas ditas trabalhadoras de centros Umbandistas.
Isso infelizmente mostra que falta dentro de nossa religião, estudo, doutrina e acima de tudo BOM SENSO.
Quando falamos sobre "guias de umbanda" podemos de forma simples nos referir a "trabalhadores do mais alto" que militam na lei de Umbanda e que se até nós se dirigem, isso se dá para que também nós possamos aprender e evoluir.
Não podemos tropeçar na vida e desejarmos ensinar alguém a andar, o que desejo dizer é que estes espíritos seja da linha a que pertençam, são seres de luz, evoluídos e associar "vingança" aos mesmos é algo totalmente fora de cogitação, mostrando total despreparo do médium ou dirigente que desta forma se refere aos guias, como se eles fossem espíritos ignorantes.
Nós como seres em evolução ainda associamos um terreiro como "uma tenda de milagres" onde depositamos nossos problemas nas mãos dos guias e esperamos que eles resolvam aquilo que é de nossa responsabilidade o que de forma alguma existe.
Movidos pelo nosso ego ferido e orgulho quando percebemos que toda mudança externa requer talharmos nossos defeitos interiores procuramos um culpado para fugirmos desta responsabilidade e o guia, o terreiro e o dirigente sérios sempre pagam o pato.
Nos afastamos e nossa vida não anda pra frente simplesmente porque nosso interior esta em desajuste e enquanto não arrumamos isso as coisas tendem a dar errado. Lembramos aqui da lei de afinidade e nossos inimigos por questão de vibração se ligam a nós atuando para que tudo a nossa volta de errado e noa afã de nos desviar de um caminho de luz, nos levam a casas onde impera a indisciplina e o comércio do sagrado, onde dirigentes e muitas vezes médiuns despreparados atuando dentro de um animismo nos informam que "nossos guias estão fechando os nossos caminhos" atraindo-nos para uma armadilha onde se desenvolverá um grande processo obsessivo.
Meus irmãos guia não vem em terra para resolver problemas de ninguém, pois nós devemos aprender a sermos responsáveis pelos nossos atos. A função de um guia é "orientar" e não "assumir" e militando dentro da lei e da justiça divina jamais nos prejudicariam, pois os mesmos aprenderam a respeitar a lei do livre arbítrio. Acreditar que um guia de lei nos prejudicaria é menosprezarmos os fundamentos sagrados de nossa Umbanda.

GUIA DE LEI NÃO LHE PERSEGUE, O QUE LHE PERSEGUE É SUA CONSCIÊNCIA
GUIA DE LEI NÃO LHE PREJUDICA, O QUE LHE PREJUDICA É SUA IGNORÂNCIA ESPIRITUAL
GUIA DE LEI NÃO FECHA OS SEUS CAMINHOS, VOCÊ JOGA FORA AS OPORTUNIDADES QUE LHE SÃO OFERTADAS
GUIA DE LEI NÃO FACILITA AS COISAS, TUDO O QUE CONQUISTAMOS VEM DE NOSSO ESFORÇO E MERECIMENTO

Esperamos ter contribuído para o esclarecimento de todos e encerramos este texto com as palavras do saudoso CABOCLO MIRIM

Umbanda é coisa séria, pra gente séria

Com votos de muita luz a todos

Pai Géro
Sacerdote de Umbanda

LUXO NA UMBANDA?

NECESSIDADE ESPIRITUAL OU VAIDADE DO(S) MÉDIUM(NS)?

Vamos refletir sobre: "necessidade x vaidade x humildade".
-Não está acontecendo um exagero de vaidade na Umbanda (não da religião, mas dos adeptos)? Entre muitos aspectos, podemos citar como exemplo a vestimenta e os paramentos:quando o médium tem uma entidade ou outra que usa um apetrecho de trabalho (um chapéu,um lenço, uma bengala ou mesmo outro elemento), nota-se que a necessidade desse material é do guia, ou seja, aquele espírito usa o chapéu, o lenço etc. para realizar seu trabalho, dentro do seu fundamento. Mas, quando TODAS as entidades que trabalham com o mesmo médium,ou todas do mesmo terreiro (mesmo em médiuns diferentes) precisam se paramentar, não seria mais coisa do(s) médium(ns), na maioria das vezes semi-consciente(s), do que do(s) espírito(s) atuante(s)? Na internet, revistas e jornais, podemos ver com facilidade, fotos em que o mesmo médium (ou todos do terreiro), quando incorporado(s) apresenta(m)-se da seguinte forma: o baiano está vestido de cangaceiro, com falangeiros de seu Zé Pelintra (não concordo com o termo “linha de malandros”, usado pelos umbandistas mais novos) usa terno, bengala e chapéu, o boiadeiro parece um capataz ou um coronel fazendeiro, o caboclo se veste imitando um índio (já que o de modo geral, os artigos encontrados, como cocares, não são genuinamente indígenas, e muitos não têm nenhuma semelhança aos paramentos que eram utilizados pelos povos ancestrais de nosso continente, ou mesmo pelos índios atuais), o Ogum veste roupa de soldado romano e tem uma linda espada (se possível, cravejada de brilhantes), o erê traja roupas infantis (macacãozinho, vestidinho colorido etc), o cigano com vestes características do povo (e lógico, quanto mais colorido, melhor), o Exu usa capa, tridente e cartola, o marinheiro usa uma “farda” como se fosse um autêntico capitão da marinha americana, etc. Isso quando não resolvem por um “trono” no meio do terreiro, colocando a entidade numa posição de rei dentro da casa (já existem tronos especialmente confeccionados para Exus e que são vendidos aos “olhos da cara” nas casas de artigos religiosos). O que vocês acham? Será que existem mesmo médiuns ou casas onde TODAS as Entidades atuantes precisam se paramentar? Seria coincidência esses espíritos escolherem, todos ao mesmo tempo, esse médium ou essa casa, para se paramentar? Isso não seria contrário ao principal lema da Umbanda: “HUMILDADE e SIMPLICIDADE”- tão ensinado pelos nossos sábios Pretos-Velhos? A roupa branca (símbolo de igualdade), aos poucos estaria deixando de ser a FARDA dos soldados do exército do Pai Oxalá, já que até em dias de giras comuns estão usando roupas cada vez mais esplendorosas? Será que festa de entidade ou orixá precisa mesmo desse luxo todo, deixando, às vezes, um local sagrado como um templo umbandista mais parecido com uma ala de escola de samba, onde todo mundo fica "fantasiado"? Esse colorido todo não facilita a indução à mistificação, ou no mínimo, ao animismo, já que o médium que gastou tanto dinheiro com toda essa parafernália, não vai querer deixar tudo aquilo guardado? Ou será que os guias, que sempre foram exemplos de humildade e simplicidade, é que são (ou estão ficando) cada vez mais vaidosos (o que não acredito)? Irmãos-de-fé, filhos da nossa amada Umbanda: apesar do respeito às diferenças, certas questões poderiam e deveriam ser melhor estudadas ou revistas pelos seguidores do Mestre Oxalá, afinal de contas, a Umbanda veio para dar espaço a todos os filhos do Pai Celestial, principalmente aos simples e humildes (encarnados e desencarnados), muitas vezes não aceitos em outros segmentos religiosos. Com toda essa parafernália utilizada atualmente, como os mais necessitados se encaixarão, já que muitos não podem comprar uma “roupa de Exu”, que muitas vezes, custa mais do que eles ganham por um mês de trabalho? Lembremos que o brilho que devemos mostrar não é no luxo da vestimenta, ou seja, o lado externo, pois tudo isso é ilusório, já que roupa não tem força espiritual. O que realmente importa é a essência divina que existe em cada um de nós, filhos de Deus (encarnados e desencarnados). Esse brilho, que brota no âmago do ser é que deve ser mostrado e melhor ainda, doado, a todos aqueles que necessitam. Isso sim agrada ao Pai, aos orixás e seus Falangeiros de Luz.
SP. 19/01/2007
Sandro da Costa Mattos
APEU - Associação de Pesquisas Espirituais Ubatuba
Templo de Umbanda Branca do Caboclo Ubatuba.
www.apeu.rg.com.br

"DE OLHOS FECHADOS"

por Shiná-Ti Aru


Sentado ali em frente de seu congá, o velho pai de santo relembra com surpreendente nitidez a sua infância e seu primeiro contato com a espiritualidade.
Nitidamente ele se vê na tenra infância a brincar sozinho no amplo quintal da casa de seus pais. Lembra-se que alguma coisa o fez olhar para as nuvens e que, diante dele, uma estranha imagem se formou: um velho sentado ao redor de uma fogueira e um menino a ouvir-lhe estórias.
De alguma maneira o menino ao ver aquela cena sabia que se tratava dele mesmo.
O tempo passou e a cena jamais esquecida e também jamais revelada, o acompanha em sonhos e lembranças. Cresce e acaba se tornando médium umbandista.
Aos poucos vai conhecendo seus guias que vão tomando seu corpo nas diversas "giras de desenvolvimento". Primeiro o Caboclo, que lhe parece muito grande e forte; depois os demais, até que, ao completar 18 anos, o seu Exu também recebe permissão para incorporar.
Já não é mais médium de gira. A bem da verdade, ocupa o cargo de pai pequeno do terreiro. Percebe que não tivera uma adolescência como a da maioria dos jovens que lhe cercam na escola. Não vai a bailes, festas... Dedica-se com uma curiosidade e um amor cada vez maior à prática da caridade.
Os anos passam e acaba por abrir seu próprio terreiro. Inúmeras pessoas procuram os seus guias e recebem sempre um lenitivo, uma palavra de consolo e esperança.
Foram tantos os pedidos e tantos os trabalhos realizados que já perdera a conta. Viu inúmeras pessoas que declaravam amor eterno pela Umbanda se afastarem criticando o que ontem lhes era sagrado porque alguns pedidos não haviam sido alcançados na plenitude desejada...
Presenciou pessoas que, vindas de outras religiões, encontravam a paz dentro do terreiro. Este, era mantido a duras penas já que nada cobrava por trabalhos realizados (dai de graça o que de graça recebestes).
Solteiro permanecia até hoje pois embora tivesse várias mulheres que lhes foram caras, nenhuma delas suportou ficar ao seu lado. Para ele, a vida sacerdotal se impunha a qualquer outro tipo de relacionamento. Mesmo assim, amava todas aquelas que lhe fizeram companhia em sua jornada terrena.
Brincava o velho pai de santo, quando lhe perguntavam se era casado... Respondia bem humorado que se casara muito cedo ainda menino. A curiosidade dos interlocutores quanto ao nome da esposa era satisfeita com uma só palavra: Umbanda. Este era o nome de sua esposa.
Com o passar do tempo a idade foi chegando. Muitos de seus filhos de fé seguiram seus destinos, vindo a abrir, eles também, suas casas de caridade. O peso da idade não o impede de receber suas entidades e ainda ecoa pelo velho e querido terreiro o brado de seu Caboclo; o cachimbo do preto velho perfuma o ambiente, a gargalhada do Exu ainda impressiona, a alegria do Erê emociona a ele e a todos... Enfim, sente-se útil ao trabalhar.
Hoje não tem gira, o terreiro está limpo, as velas estão acesas e tudo parece normal. Resolve adentrar ao terreiro para passar o tempo. Perdera a noção das horas. Apura os ouvidos e sente passos ao seu redor. Percebe que alguém puxa pontos e o atabaque toca. Ele está de frente para o congá. O cheiro da defumação invade suas narinas... Seus olhos se enchem de lágrimas na mesma proporção que seu coração se enche de alegria. Estranhamente, não sente coragem ou vontade de olhar para trás... apenas canta junto os pontos. Fixa as imagens do altar, fecha os olhos e ainda assim vê nitidamente o congá, parece que percebe o movimento do terreiro aumentar vira de costas para o congá e a cena o surpreende:
Vê Caboclos, boiadeiros, pretos velhos, marujos, baianos, erês e toda uma gama de Guias. Até os Exus e Pomba Giras estão ali na porteira. Se dá conta que os vê como são - não estão incorporados, todos lhes sorriem amavelmente.
Dentre tantos Guias percebe aqueles que incorporam nele desde criança. Tenta bater cabeça em homenagem à eles mas é impedido. O Caboclo, seu guia de frente se adianta e lhe abraça, brada seu grito guerreiro sendo acompanhado pelos demais.
* O velho pai de santo não agüenta e chora emocionado...
* As lágrimas lhe turvam a vista. Ele fecha seus olhos e ao abri-los, todos os guias ainda permanecem em seus lugares, porém calados...
* Nota uma luz brilhante em sua direção. Iansã e Omulu se aproximam. Seu Caboclo os saúda e é correspondido.
* A luz o envolve. Já não se sente velho, na verdade sente-se jovem como nunca, seu corpo está leve e levita em direção à luz. Todos os guias lhe fazem reverência.
* O terreiro vai ficando longe envolto em luz... Sorri alegre, missão cumprida...
* No dia seguinte encontram seu corpo aos pés do congá.
Parece que sorri...