terça-feira, 6 de abril de 2010

Evangélicos x Espíritas - O que as lideranças mostram para nós?

Publicado em 06/04/2010 pelo(a) wiki repórter LuisRio, São Luis-MA
http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=22593

Luis Rio

Sou católico, fui batizado nessa religião, frequento as missas com alguma assiduidade, conheço o pároco da igreja de meu bairro, sou enfim um camarada normal e sinceramente jamais me senti culpado por ter uma imagem de Nossa Senhora em minha casa, honestamente não creio que isso me torne um idólatra e muito menos que isso incomode o "filho dela". Mesmo sendo católico, não vejo motivo para atacar pessoas de outras religiões, qualquer que seja.
Tenho grandes amigos na religião evangélica e realmente não tenho nada contra estes, vejo muitas coisas positivas em seus seguidores, mas ao longo dos anos tenho visto algo que me chama a atenção, é o ataque dos evangélicos (visto em muitos programas de TV) aos que seguem o espiritismo. Acho isso fácil de compreender uma vez que, para os Evangélicos, a simples devoção dos católicos aos santos já é considerada um pecado. Imagine-se então os conceitos espíritas, um choque sem dúvida.

Não vou dissertar aqui em favor da razão de uma ou outra que seja, pois quanto aos "grandes mistérios", prefiro assumir minha ignorância e confiar que Deus esta muito mais atento para as nossas atitudes e nossos valores morais do que para a religião que seguimos. Porém, tem algo não podemos deixar de observar que é o fato de que, ao longo desses anos, temos visto a maioria das lideranças evangélicas se tornarem pessoas verdadeiramente milionárias, donas de patrimônios incalculáveis, templos de grandeza e luxo impressionantes são erguidos da noite para o dia e por coincidência (ou não), acompanhamos escândalos diversos (que certamente não precisarei citar), recaindo sobre muitos desses lideres de moral claramente duvidosa.

E quanto aos lideres espíritas? O que estes têm ganhado com suas convicções religiosas? Tenho em mente alguns lideres daquela religião, mas citando apenas dois dos principais para eles, que seriam sem dúvida Chico Xavier e Bezerra de Meneses. O primeiro tem uma historia de muitos mistérios sobre psicografias e polêmicas visões de espíritos em sua volta, visto como um charlatão por muitos, mas tido pela grande maioria como uma pessoa realmente iluminada, que trouxe conforto a muitas famílias, principalmente aos pais que tiveram a partida prematura de seus filhos (que parecem ter sido os que mais procuravam conforto nele) e que buscavam algum consolo naqueles possíveis contatos espirituais. Seja qual for a verdade, não se pode discutir o fato de que ele levou uma vida modesta e sem luxo algum, até o seu ultimo suspiro em 2002. O segundo era um nordestino que foi com sacrifício estudar no Rio de Janeiro e lá se formou em medicina, seguindo também a carreira política durante algum tempo e apesar de ter sido médico e político, morreu no ano de 1.900 completamente pobre (a ponto de ter sido necessário uma cota entre os amigos para bancar seu sepultamento) e ficou conhecido em seu tempo por defender os escravos, por dispensar muitas vezes o pagamento de consultas médicas aos pobres que não podiam pagar por estas. Enfim, jamais teve benefícios financeiros em função de suas crenças ou pregações religiosas.

Afora isso, não me recordo de algum líder espírita ter ficado milionário em nenhum momento da historia, desta forma peço antecipadamente perdão aos que porventura venham a se ofender, mas saindo do foco das teorias religiosas e permanecendo apenas nas inspirações das respectivas lideranças, moralmente falando, que lideres melhor representam as idéias e conceitos de Deus e do próprio Cristo? Os evangélicos ou os espíritas? Acho que vale a reflexão.

mediunidade

(texto postado na lista do blog povo de aruanda, desconheço a autoria)

Quem se detém a estudar às obras espíritas, sejam Kardecistas ou umbandistas, conclui que a totalidade dos autores afirma, categoricamente, que os médiuns completamente inconscientes são casos raros, raríssimos, sendo que muitos defendem a mediunidade consciente como perfeitamente cabível nos trabalhos de Umbanda e outros (como Matta e Silva, por exemplo), não admitem o médium consciente total, exigindo, para uma incorporação autêntica, a semi-inconsciê ncia, onde o aparelho fica como que aturdido e sem forças para intervir naquilo que a Entidade está querendo dizer.
O fato é que este ponto é um problema muito delicado para a prática da mediunidade, pois, só com muita experiência, conseguimos fazer com que o nosso psiquismo não interfira no trabalho dos guias e protetores, principalmente quando o médium está lidando com pessoas de suas relações mais chegadas, ou com parentes seus. Tirar a cabeça do médium dos trabalhos do Guia é, justamente, uma das coisas mais difíceis de se conseguir, quando se é novato, pois sempre acarreta dúvidas e preocupações, mormente naqueles que receiam o fantasma da mistificação.

O mais engraçado é que pouquíssimos têm a coragem e a decência de se confessarem conscientes ou, pelo menos, semi-inconscientes querendo todos passar por médiuns mecânicos ou inconscientes totais, o que a meu ver, já é uma prova de deslealdade incompatível com o verdadeiro sacerdócio da missão mediúnica, na sua acepção mais profunda. Eu mesmo, quando comecei na Umbanda, mantive a idéia, plenamente enraizada, de que mediunidade era sinônimo de “inconsciência” na hora do transe mediúnico.

Quando comecei a sentir as primeiras vibrações de aproximação das Entidades, entrei em verdadeiro ESTADO DE PÂNICO, simplesmente porque, comigo, não estava acontecendo, aquilo que todos em minha volta afirmavam: que eram médiuns inconscientes.

Mas não há mal que não traga um bem. Comecei a desconfiar que TODOS não fossem tão inconscientes assim, quando, em mim, a consciência estava bem presente e firme.

Só havia um recurso: estudar o assunto.

Foi o que fiz, com vagar, com persistência e paciência.

Hoje, com uma apreciável bibliografia à minha disposição, posso afirmar COM AUTORIDADE, “que todos aqueles que se diziam “inconscientes totais” estavam “mentindo”, não sei com que intuito. A mediunidade mecânica, inconsciente, em que o aparelho ficam como se estivesse em sono profundo é extremamente raro no mundo inteiro, contando-se nos dedos aqueles que, verdadeiramente, o são.

Na verdade, o que se passa no chamado “desenvolvimento” (palavra inadequada) é que as Entidades “tomam o médium” em três fases distintas, a saber:

1º) – Domínio das faculdades sensoriais;

2º) – Domínio das faculdades motoras;

3º) - Domínio das faculdades psíquicas.

As primeiras manifestações são sensoriais, isto é, o médium começa sentindo “algo de estranho”, mãos geladas, braços e pernas dormentes, frio na espinha, na cabeça, na boca do estômago, etc. É a atuação das Entidades sobre os plexos nervosos, como primeiro sinal de sua aproximação.

Em seguida, as Entidades passam a dominar as “faculdades motoras” e o médium sente impossibilidade de desfazer certos gestos e atitudes que ele tomou SEM SABER PORQUE, mas que não “tem forças” para impedir. Quando um Caboclo DE VERDADE prende o braço esquerdo do médium nas suas costas, imóvel, horas e horas, ou quando um preto velho verga as pernas do médium, este não sabe porque, mas obedece, embora esteja “consciente” de que está fazendo aquele gesto ou tomando aquela atitude.

São as suas faculdades motoras que, secundando as manifestações sensoriais estão sendo “tomadas” CADA VEZ MAIS PELA Entidade, à medida que o seu organismo se prepara para a missão mediúnica.

A última faculdade a se entregar ao domínio dos Guias e protetores é, justamente, o psiquismo do médium, a sua consciência, a sua “guarda” para tudo de estranho que está acontecendo com ele. Quanto mais culto o aparelho, maior a sua resistência a entrega do seu psiquismo `atuação das Entidades de incorporação.

Em primeiro lugar, vem o natural e louvável auto-policiamento do médium que, quanto mais bem intencionado estiver, mais receoso ficará de estar sendo tomado por sugestões neuro-anímicas motivadas pelo ambiente dos terreiros. Quanto mais ele se auto-policia, mais o seu psiquismo interfere, fazendo com que a Entidade que se aproxima só consiga tomar 20% ou 30% da sua vontade. É por isso que todo médium, seja qual for, começa muito anímico, com 10%, 20% ou 30% de incorporação ,e conseqüentemente, com 90%, 80% ou 70% de interferência do seu próprio “eu” nos trabalhos do Guia. Só com o tempo (muito tempo), à medida que o médium vai tomando ciência do “sucesso” dos trabalhos do seu Guia, é que as suas resistências psíquicas vão se quebrando e ele começa, então, a progredir na escala de incorporação, muito temo ainda, com 40% ou 50% do seu psiquismo "Fora do ar"” Os grandes estudiosos do assunto consideram 50% uma "boa incorporação”, o que nos leva a concluir que a coisa é muito ‘seria mesmo. De 50% para cima o médium vai se apagando numa espécie de “aturdimento” crescente com a porcentagem de incorporação conseguida, isto é, de domínio da Entidade sobre o seu psiquismo. Os grandes médiuns, que trabalham com ótimos Guias e dão boa passividade, ficam na faixa dos 70%, chegando, às vezes, aos 80%. Jamais passam de 80%.