segunda-feira, 15 de março de 2010

Mensagem de um guardião

— Firma o seu pensamento cabra porque esta noite o “pau vai quebrar”!
Tal foi a determinação que escutei mentalmente instantes antes de dormir. Nem pensei duas vezes e obedeci, mas devo confessar que me assustei mesmo assim quando despertei e me vi no meio de uma região de mata onde estava acesa uma enorme fogueira; junto de mim havia vinte e cinco médiuns que percebi serem encarnados pela presença de um cordão de prata junto a cada um deles.
No comando de todos nós havia um espírito que eu intuitivamente tinha a convicção de ser um Exu. Foi ele, inclusive, quem determinou que déssemos as mãos em torno da fogueira e formássemos uma roda para, posteriormente, nos falar nestes termos:
— Camaradas, nós todos estamos presentes em uma região de mata do plano físico e em volta de uma fogueira também acesa no mesmo plano. É vital que todos vos, de olhos abertos, firmem suas visões nestas chamas e peçam a Deus a vossa entronização com a energia ígnea.
Enquanto o exu passava as determinações eu estava desesperadamente tentando entender quem, àquela hora da noite, ateara aquelas chamas no plano físico, mas ele enquanto falava dentro da roda veio caminhando em minha direção e resolveu parar diante de mim para dizer:
— Não importa quem acendeu a fogueira, o importante é que ela está acesa assim como também não importa como vocês vieram parar aqui, pois o importante é que vocês aqui estão.
O Exu dissera estas últimas palavras enquanto olhava para todos, mas fiquei desconcertado por sentir que ele falava para mim. Ele, então, continuou:
— Muitos precisam ver para crer, outros vêem e julgam inacreditável. Muitos se julgam aptos sem a devida preparação enquanto outros se julgam despreparados apesar de estarem aptos. E todos estes exemplos que estou lhes passando representam de uma forma ou de outra, o caso de cada um de vocês aqui presentes.
Devo confessar que não estava entendendo precisamente o que o Exu estava querendo dizer, mas ele continuou:
— O Divino Criador, cuja soberana vontade se faz presente em todas as coisas também faz com que nenhuma folha caia da árvore se não for da justa e sábia vontade Dele e é por isso que vos falo que todos que aqui estão aqui se encontram por estarem preparados e não por serem perfeitos, vocês entendem?
Todos nós balançamos a cabeça afirmativamente e o guardião continuou:
— Assim vos falo porque não quero nenhum cabra deslumbrado com a tarefa de hoje, assim como também não quero ninguém “borrando nas calças” e é por isso que, onde posso e vocês mereçam, estarei vos esclarecendo agora: saindo daqui nós iremos para uma edificação no baixo-astral que precisa ser destruída e, para tanto, contamos com o auxilio das vibrações superiores de vocês. Estou sendo claro?
Todos nós balançamos novamente a cabeça de forma afirmativa e o Exu prosseguiu:
— Sentem-se no mesmo lugar que agora estão numa posição confortável e concentrem-se, desta vez de olhos fechados, na divina energia ígnea, pois enquanto isto vos estarei preparando para que vossos corpos mentais me acompanhem na tarefa da noite.
Procurei executar o que nos fora recomendado e, depois que o guardião trabalhou em minha fronte, algo incrível ocorreu por que eu passei a me sentir infinitamente mais leve como se eu tivesse dormido em espírito e acordado de novo, é estranho de dizer, mas parecia que eu era pura e simplesmente o meu pensar, o meu pensamento; outra coisa interessante de comentar é que eu me encontrava sem nenhuma gota de suor pelo corpo e, entretanto, eu me sentia como se fosse uma centelha do fogo da misericórdia divina e relato isso a vocês porque parecia que o meu corpo ardia em chamas invisíveis sem que eu sentisse o mínimo de calor; entretanto, era só eu pensar em amor, caridade e fraternidade que meu corpo se incandescia ainda mais, enfim, naquele estado em que eu estava parecia que amar o próximo e fazer o bem era a coisa mais prática e fácil do mundo.
De repente fomos todos direcionados para uma localidade onde o ar era pesado, úmido e mal-cheiroso como esgoto. Chegamos a um bairro onde as casas possuíam um aspecto asqueroso e os moradores destas uma energia pessoal vil e repugnante. Havia muitas sombras neste local e caminhávamos entre elas; então, alguns minutos depois nós paramos de frente a um edifício de dez andares em que só pelo fato de encará-lo eu misteriosamente sentia todo aquele ardor dentro de mim diminuir intensamente, já estava começando a me desequilibrar quando senti o guardião a se comunicar mentalmente comigo:
— Controle o seu emocional cabra!!! Mantenha o equilíbrio ou você se perderá!!!
Perder-me? Não quis nem saber o que significava o que o exu acabara de me dizer e procurei mentalizar fervorosamente na fogueira que estava diante de meu corpo astral lá no plano físico e na divina energia ígnea equilibradora inundando o meu ser. Percebi o calor tornar a me aquecer com toda a intensidade e foi quando o Exu tornou a se comunicar, só que desta vez com todos nós:
— Ok cabras, percebi que todos vocês conseguiram eliminar a curiosidade de dentro de si e retomarem o equilíbrio em vossas consciências. Isto será muito importante na realização da tarefa que eu e meus companheiros temos a desempenhar.
Interessante é que foi somente nesta hora, enquanto o Exu falava, que eu notei a presença de trinta e dois Exus aguardando o guardião que estava nos servindo de ‘guia’ até aquela macabra localidade.
Recebi a permissão destes Exus e narrarei para vocês como se deu esta ação deles a favor da caridade:
O prédio que seria destruído era como eu disse antes: tinha uma energia tão desgraçada que eu só poderia definir como absorvedora, inclusive fora esta propriedade do prédio que absorvera boa parte de meu calor quando eu havia me desequilibrado momentaneamente minutos atrás.
— Calor não zifio: ectoplasma, energia vital.
Tal foi a resposta mental que um espírito militante da linha dos preto-velhos e que me acompanha no ritual de umbanda oferecera para mim
— Verdade? Perguntei a ele.
— Certamente. Esta energia aqui para eles vale infinitamente mais que ouro. Agora, por caridade, continue a narração dos trabalhos que nossos irmãos exus estão realizando!
— Sim senhor, perdão!
Quanto ao prédio é só isso que pude perceber energeticamente, já a explosão, por sua vez, deu-se da seguinte forma:
O Exu que nos guiara até ali determinou que todos nós déssemos as mãos e ficássemos fazendo orações e, antes que ele e seus companheiros fossem realizar o trabalho, aproximou-se de mim e de outra médium que se encontrava ao meu lado esquerdo para encostar em nossa testa algum tipo de cristal de rocha que não pude precisar o que era por estar de olhos fechados; após este procedimento ele disse a nós dois:
— Vocês permanecerão aqui onde estão, mas também me acompanharão para conhecerem um pouco deste nosso trabalho aqui embaixo.
Devo confessar que o que eu via era tão fantástico que beira o surreal: os exus entraram no prédio em questão e eu conseguia ver tudo aquilo que o exu que encostou o cristal de rocha em minha fronte conseguia ver, era como se acima da cabeça dele houvesse uma micro câmera que me permitia visualizar tudo o que ele enxergava sem que eu precisasse sair do lugar onde estava, qual seja, na frente do referido edifício de mãos dadas com meus irmãos de jornada.
Foi assim que pude ver quando ele subiu no décimo andar daquela edificação e começou a instalar no canto esquerdo posterior alguma espécie de bomba programada que tinha a coloração rubro-alaranjada. Enquanto ele e mais dois exus realizavam esta tarefa, os demais realizavam a parte operacional dela. Devo informar também que naquele andar havia por volta de vinte salas e dentro de cada uma delas entes trevosos fomentadores de pedofilia e vampirizadores de pedófilos. Na sala de número 180, por exemplo, havia um homem branco, calvo, com aproximadamente quarenta anos de idade que tinha à sua cabeça acoplado um capacete que incitava infernais desejos carnais neste pela sua enteada de onze anos de idade e eu sei disso por que as imagens que eram sugeridas a este homem passavam sucessivamente numa espécie de TV. Este homem encontrava-se sentado junto com mais outros treze que também deveriam estar passando pelo mesmo processo de hipnotização.
No andar imediatamente inferior a este que estávamos, após o Exu ter plantado outra bomba no local análogo ao andar superior, eu pude ver na sala 161 quatorze espíritos deitados em uma cama e que tinham aderidos aos seus corpos uma espécie de fio transparente que retirava uma substância que, por sua vez, desembocava em um tipo de recipiente de cristal translúcido de 0,5 litros.
Os exus foram descendo até o térreo da construção e, à medida que isto ocorria, eles implantavam as bombas e eu via um festival de atrocidades inenarráveis e tão bestiais que, tanto eu quanto minha companheira, tínhamos que nos esforçar bastante para não nos desequilibrarmos através das lágrimas de uma sincera compaixão que teimava em descer por nossos rostos.
Terminada esta tarefa o Exu me explicou que todas aquelas pessoas que eu via acopladas a algum tipo de aparelho eram encarnados momentaneamente libertos do corpo físico pelo momento do sono. Esclareceu-me, ainda, que aguardariam até que o último dos encarnados deixasse aquela construção para que as bombas fossem detonadas.
Quando aquelas bombas começaram a explodir eu percebi que elas só poderiam ser mágicas e explico por que: quando uma bomba explodia, eu via junto com as chamas, milhões de pequenas “fadas” de fogo que se alimentavam de tudo em que tocavam, quanto mais maldades elas devoravam, mais alaranjadas elas ficavam.
O prédio caiu e quando isto ocorreu nós, os médiuns encarnados ali presentes, já estávamos de volta ao nosso corpo astral diante da fogueira acesa no plano físico. Milhões de perguntas já fomentavam em minha mente quando o Exu novamente se pronunciou:
— Gostei de ver, cabras!!! A ajuda de vocês foi valiosa e prestimosa!!! Vocês acabaram de nos ajudar, com as bênçãos e permissão do Divino Criador, a derrubar uma edificação numa cidade do baixo-astral. Sem a ajuda, principalmente, da energia e boa-vontade de vocês, médiuns encarnados, nós não teríamos meio de fabricarmos as bombas que para destruir estes tipos de construção precisam desta energia. Outras coisas não devemos falar porque não temos permissão, mas o que nós devemos fazer nós assim o faremos que é agradecer a boa vontade de todos vós para com a prática do bem.
Mesmo sabendo que talvez não devesse, levantei o meu dedo indicador e o guardião, ao avistá-lo, determinou:
— Solta a língua cabra!!!
— Você me desculpe senhor exu! Entendi que os senhores acabaram de realizar um tipo de trabalho contra a pedofilia, entretanto, será que não existem outros prédios funcionalmente similares a este hoje destruído onde aqueles espíritos encarnados que tinham fios acoplados em seus corpos continuarão a ser submetidos às mais terríveis atrocidades?
— Cabra, nós acabamos de vencer uma batalha, mas a guerra ainda é longa! Além do mais você pensa que nossa ação desta noite foi em beneficio daqueles que, como você mesmo disse, estavam presos a fios? Pois você está enganado, cabra!!! Saiba que se não existissem seres humanos como àqueles estes tipos de construção do baixo-astral talvez nem existissem, pois são eles mesmos que oferecem condições e materiais para a edificação destes antros de maldades; são eles os invigilantes e os imprudentes!!!
Tentei levantar novamente o indicador, mas o guardião nos disse:
— O tempo de vocês acabou cabra!!! Vocês devem retornar agora para o corpo físico, mas antes posso lhes oferecer mais um breve esclarecimento: Sim cabras, a ação desta noite foi em beneficio das criancinhas e posso vos afirmar que nunca mais um destes anjos de Deus tão admirados por Jesus será direta ou indiretamente afetado por aquele antro de perversidades que detonamos esta noite. A explosão desta construção voltada para o mal deveria acontecer seis meses à frente, mas as milhões de preces fervorosas de várias das mais diversas denominações religiosas ao Divino Criador pedindo que Ele elimine a maldade contra as crianças no mundo, aliada ao merecimento de cada um, catalisaram a misericórdia Dele fazendo com que Ele acabasse por determinar que destruíssemos o prédio de hoje a noite. Vocês entenderam?
E eu, tremendamente emocionado, juntamente com meus irmãos de jornada, respondi:
— Sim senhor!!!
— Então vão e reassumam o corpo físico de vocês agora mesmo, pois esta é a vontade do Divino Criador, só não esqueçam de pedir a todos os seus irmãos de fé que continuem a orar pedindo as bênçãos de Deus em favor não só de vocês, mas de todos os necessitados no mundo, pois todos vocês puderam comprovar esta noite que nenhuma prece dirigida a Ele com sinceridade, equilíbrio e amor deixa de ser respondida!!!
Este Exu vos agradece por terem deixado todas as vossas misérias e más tendências momentaneamente de lado em prol da caridade e roga a Deus que ajude tanto a vós quanto a nós a fazermos desta bendita abnegação uma constante em vossas vidas!!!

Fonte: http://www.pedrorangelsa.blogspot.com/
Texto escrito pelo irmao: Pedro Rangel de Sá

Importância dos anjos da guarda na Umbanda

Bem, os anjos de guarda nos protegem e acompanham a cada dia. E esse acompanhamento também está nas horas de trabalho (sessões). Sim, porque estamos numa corrente espiritual onde espíritos sem luz e perturbados, confusos, enfim vêm contra nós, os Orixás, Guias, Entidades nos protegem, mas a presença do anjo da guarda antes e depois da incorporação é por demais importante.
Um exemplo, normalmente quando uma pessoa sofre um trabalho de demanda, um trabalho contra o bem estar dela, a primeiro reflexo que se nota é o enfraquecimento de seu anjo da guarda, tornando-o distante e deixando a pessoa vulnerável.
É comum que os Guias/Entidades do terreiro, quando se vêem a frente de uma pessoa com demanda, venham a pedir um “fortalecimento para o anjo de guarda”, ou seja, um reforço para restaurar os laços entre você e seu anjo da guarda. Esse reforço consiste em trazer ele mais próximo de você, com mais força para te proteger contra os *ataques* da demanda.

E para os médiuns?

Com toda a certeza, para os médiuns, os anjos da guarda são tão importantes quanto os próprios Orixás e Entidades.
Quando o médium vai incorporar, para que o Orixá/Entidade se aproxime, o anjo de guarda permite a passagem para ocorrer a incorporação. Quando o Orixá/Entidade está incorporado no médium, o anjo da guarda permanece ao lado, pois o médium está protegido por energias do Orixá ou Entidade que está ali.
Quando há o processo de desincorporação, o Anjo da Guarda se aproxima mais, para manter o equilíbrio do médium.
Portanto, os médiuns devem ficar atentos para não oferecer resistência na hora da desincorporação desse Orixá/Entidade, pois existe uma hora certa em que o Orixá deve deixar a matéria e o anjo da guarda se aproximar, não deixando a matéria desprotegida.
O seu anjo da guarda, sempre anda com você em qualquer lugar que você esteja, pronto a lhe proteger; embora você não o veja.
O que chamamos de intuição, muitas vezes é a manifestação de nosso Anjo da Guarda que procura sempre o melhor para nós (aquela voz na cabeça que diz, não faça isso, não vá por esse caminho, etc.).
O nosso anjo da guarda é aquele que nos protege a todo instante de nossas vidas…
Por isso, devemos manter acesa uma vela com um copo d’água ao lado em um local e fazer orações ao anjo da guarda regularmente, pedindo sempre que nos guie pelos caminhos certos da vida e que nos proteja.
Para quem acredita é muito fácil sentir, ouvir e presenciar a manifestação dos anjos em nossa vida dando inspiração para algo que ocorrerá em nossos dias, mas para pessoas que não acreditam que os anjos existam é totalmente difícil manter o anjo próximo dele, esse pensamento negativo e destrutivo para o anjo o enfraquece e acaba por distanciá-lo.
O céu não tem entradas, lá não precisamos bater; pois, chegando ao fim da jornada, sempre há alguém para nos receber.
Seu Anjo da Guarda te Chama!

Quando o médium fica meio em transe após a incorporação, alguns dirigentes colocam a mão sobre o coração do médium e dizem:
“_fulano seu anjo da guarda te chama!”Esta era uma prática comum antigamente (não há como datar precisamente) de benzedeiras. Elas utilizavam esta frase como uma pequena oração para pessoas que não se achavam plenamente conscientes por vários motivos (mediunizadas, epilepsia, desmaio, etc.).
Tal prática talvez tenha sido trazido para a nossa amada Umbanda por alguma Preta Velha, já que é de pleno conhecimento nosso que muitas Delas foram exímias benzedeiras.
O Anjo da Guarda é visto como o Mentor de nossa razão, de nossa consciência; Desta forma este é um chamado ao restabelecimento da consciência com implicações magísticas.
Ao fazer referência ao nosso anjo da guarda, chamando-nos de volta ao domínio das faculdades no corpo físico após o transe mediúnico, ocorre uma espécie de invocação a nós mesmos.

Orações para o Anjo da Guarda:

Santo Anjo do Senhor,
Meu zeloso guardador,
Se a ti me confiou a
Piedade Divina
Me governa,
me rege,
me guarda e me ilumina.
Amém.
*****************************************************
Anjo de Luz, Guardião da minha vida.
A Ti fui confiado pela Misericórdia de Deus.
Ilumina meu espírito,
Guarda-me da maldade,
Orienta a minha inspiração,
Fortalece a minha sintonia com a Espiritualidade Superior
e torna-me forte diante das tempestades que venham a afligir meu intimo.
Lembre-me todos os dias de não julgar nem ferir.
Banhe a minha mente de Amor e Harmonia, para que eu possa tornar o mundo melhor para aqueles que convivem comigo.
Quero assim me tornar digno de sua proteção e amor.
Assim seja.

As Chamas das Velas

Utilizamos as velas para simbolizar nossa magia através de suas chamas. O fogo é o símbolo do plano mental e da atividade. O ato de acender a vela para o Anjo da guarda é a forma de ativar seu pedido e levá-lo para o plano etéreo.
Nos textos bíblicos, Deus se manifestou a Moisés em forma de fogo. Daí a razão de usarmos as velas na magia. Esta prática tem como objetivo ativar, manter vivo, simbolizar o elo de ligação de nossos pensamentos e desejos com o mundo angelical através da manifestação do nosso Eu Superior.
Na chama de uma vela, todas as forças da natureza são ativadas. A vela acesa simboliza a individualização da vida ascendente.

Fontes:
Sociedade Espiritualista Mata Virgem

A IMPORTÂNCIA DO USO DA GUIA DE AÇO

A IMPORTÂNCIA DO USO DA GUIA DE AÇO, CONHECIDA COMO “7 LINHAS”

Trecho Extraído do livro: UMBANDA – O CONJUNTOS DAS LEIS DE DEUS

Hoje em dia, infelizmente, observamos o não uso das guias de aço por parte dos médiuns umbandistas.
Porque?
É comum ver-se a utilização de guias confeccionadas com materiais inócuos, como missangas, vidros coloridos, porcelana, plástico, etc.
Vamos entender como funciona o aço e com certeza daremos maior valor na utilização dessa guia, tão importante para a nossa defesa e proteção.
As guias de aço vendidas nas casas do ramo, geralmente possuem o que chamamos de “ferramentas” dos Orixás penduradas por toda a extensão da guia.
O que seriam essas “ferramentas”?
Nada mais são do que representativas dos Sagrados Orixás, pois cada uma delas traz em sua formação, um pedaço da onda vibratória geométrica sagrada emanada pela força Orixá.
Para termos uma melhor noção de quais “ferramentas” deverá conter a guia de aço, vamos enumerá-las (as ferramentas também deverão ser confeccionadas em aço):
• Uma cruz de aço.
• Um coração de aço.
• Uma espada de aço.
• Uma flecha de aço.
• Uma machadinha de aço.
• Uma chave de aço.
• Uma estrela de cinco pontas de aço.
• Um garfo de conformação quadrada de aço.
• Um garfo de conformação arredondada de aço.
De um lado da guia de aço deverá estar o garfo de Exú, e do outro lado o garfo de Pomba Gira (o garfo é um representação da energia tripolar que Exu e Pomba Gira vibram; energia essa positiva, negativa e neutra; formam o desenho de um garfo e não o garfo alusivo ao demônio).
Obs.: Também pode-se utilizar uma medalha de aço, desde que se tenha nessa medalha, em alto ou baixo relevo, os sinais cabalísticos representativos dos Sagrados Orixás.
Aço é uma liga de ferro-carbono e outros elementos residuais do tipo P, S, Mn e Si. O ferro que predomina na composição do aço existe na natureza (nos minérios) sob a forma de óxidos estáveis do tipo Fe2O3 (hematita) etc.
O aço é um excelente condutor de energia elétrica e possui uma aura fortemente radioativa.
As conformações dos filamentos que compõem a “guia de aço” (colar consagrado), funcionam como excelentes captadores das energias vivas da Natureza, bem como também, diminutos cabos eletromagnéticos, e os traços fluídicos desprendidos do metal dinamizado, como acumulador de forças, favorecem bastante o escoamento dos fluidos ativados nos feitiços, magias negras, pensamentos negativos, miasmas e larvas astrais.
Algumas emanações fluídicas são perniciosas ao ser humano.
O feiticeiro, sabedor desse fator, procura ativar forças etéreas aliadas a certos materiais dinamizados, a fim de conseguir êxito nos processos de “bombardear” a aura e o duplo etérico de seu desafeto, provocando uma série de problemas físicos e espirituais.
Também acontece o caso de “auto enfeitiçamento”, por viver constantemente vivenciando doenças morais ou mesmo a presença em ambientes de baixo teor vibratório, onde fatalmente existem fluidos perniciosos a constituição humana, que poderão agregar-se aos corpos sutis e físicos do homem.
Se houvesse uma maneira “clínica” de se observar e examinar o duplo etérico de um homem enfeitiçado, auto enfeitiçado ou mesmo carregado de inveja, olho gordo, etc., os médicos identificariam como as radiações negativas, emanadas de uma magia negra e de pensamentos negativos, afetam a base química orgânica, agregando aos corpos sutis e físico uma série de miasmas e larvas astrais, produzindo uma série de enfermidades muitas vezes graves.
O aço, devido a sua ação excelente de condutibilidade, e conseqüentemente também, um grande acumulador magnético, possui a capacidade de atrair e absorver diversos tipos de emanações fluídicas prejudiciais ao ser humano.
A guia de aço transforma-se num excelente captador de energias deletérias de baixo teor energético, desagregando esses baixos fluidos, não permitindo seu alojamento e conseqüentemente a criação e proliferação de miasmas e larvas astrais nos corpos sutis e físico do homem.
O aço, por ação radioativa e excelente condução, juntamente dinamizado pela eletricidade biológica irá criar um campo eletromagnético em volta do corpo físico e astral do homem, criando uma barreira natural contra vários tipos de fluídos de baixo padrão, não permitindo que adentrem na constituição espiritual e física de quem esta usando essa proteção.
Portanto, o uso de uma guia de aço, devidamente consagrada (dinamizada), por um Guia Espiritual, um mago experimentado, ou mesmo um sacerdote, transforma-se em uma potente proteção.
Atente que somente após estar dinamizada, a guia de aço possuirá um campo de proteção eficiente, pois estará magnetizada com a determinação de proteger.
Só devemos atentar, que não é simplesmente o uso de uma guia de aço que irá nos proteger e nos livrar de todo o mal do mundo.
À necessidade de se criar condições morais, promovendo a necessária Reforma Íntima, Evangelização e conseqüentemente redobrar a vigilância, ajustando-se a uma elevada conduta espiritual.
Tudo isso, aliado ao uso de uma guia de aço, estaremos criando condições de obter uma efetiva proteção contra todos os tipos de males que possam nos apoquentar.
A guia de aço é um amuleto que têm como função, absorver as energias maléficas e evitar que haja uma infestação etérica enfermiça na aura do seu possuidor tendo eficácia defensiva, bem como catalisar os fluidos bons e repelir os maus do próprio dono.
A guia de aço como amuleto, pode transmitir a outros, as influências boas ou más do seu primeiro dono. Por isso, muitas vezes observamos uma pessoa ou um Guia Espiritual retirar uma Guia do pescoço e colocar no pescoço de outra; ali, o Guia ou a pessoa bem intencionada esta dando um amuleto de proteção pessoal, que possui todos os elementos necessários impregnados no amuleto, a fim de proteger quem estiver fazendo uso da guia.
Importante: A guia de aço, por ser constituída de elementos eletromagnéticos poderosos, de alto acumulo de forças e excelente condução, desde que devidamente consagrada (dinamizada), nunca se sobrecarrega, pois estará constantemente escoando os fluidos de baixo teor vibratório; portanto, nunca estará “carregada” de fluidos pesados, não necessitando ser constantemente purificada e nem abençoada.
Também não haverá problemas de alguém estranho colocar as mãos na guia de aço.
Somente deveremos tomar o devido cuidado de retirá-la quando formos ter relações sexuais e quando formos dormir, poderemos colocá-la por debaixo do travesseiro. Na hora do banho não há necessidade de se retirar à guia de aço (pode-se aproveitar o momento para limpá-la fisicamente).
Quanto ao uso, todos os dias devemos proferir a Oração da Guia de Aço, para que mentalmente ativemos a energia dinamizada da guia, para assim se tornar mais efetiva a proteção energética.
Oração da Guia de Aço:
Quando for de manhã, ao acordar antes de colocar a sua guia de aço profira esta oração: Com a corrente da guia de aço entre as mãos, formar um triângulo na altura da testa, diga a seguinte invocação:
Em nome do Setenário da Luz,
Que encerra os mistérios da Santa Cruz,
Eu me cruzo e me ligo,
Em corpo e espírito,
Com as forças dos Sagrados Orixás.
Após a invocação, pegar a medalha ou a cruz da guia de aço na mão direita, e enquanto diz o nome dos Sagrados Orixás, cruzar da seguinte maneira:
• 03 (três) vezes na testa,
• 01 (uma) vez do lado direito da cabeça,
• 01 (uma) vez do lado esquerdo da cabeça,
• 01 (uma) vez no alto da cabeça (coroa – coronal), e,
• 01 (uma) vez na nuca.
Após tudo feito, colocar a sua guia de aço no pescoço.

Fonte: Trecho Extraído do livro: UMBANDA – O CONJUNTOS DAS LEIS DE DEUS

POR QUE USAMOS O BRANCO

Dentre os princípios da Umbanda, um dos elementos de grande significância e fundamento, é o uso da vestimenta branca. Em 16 de novembro de 1908, data da anunciação da Umbanda no plano físico e também ocasião em que foi fundado o primeiro templo de Umbanda, Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, o espírito Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade anunciadora da nova religião, ao fixar as bases e diretrizes do segmento religioso, expôs, dentre outras coisas, que todos os sacerdotes (médiuns) utilizariam roupas brancas. Mas, por quê?
Teria sido uma orientação aleatória, ou o reflexo de um profundo conhecimento mítico, místico, científico e religioso da cor branca? No decorrer de toda a história da Humanidade, a cor branca aparece como um dos maiores símbolos de unidade e fraternidade já utilizados. Nas antigas ordens religiosas do continente asiático, encontramos a citada cor como representação de elevada sabedoria e alto grau de espiritualidade superior. As ordens iniciáticas utilizavam insígnias de cor branca; os brâmanes tinham como símbolo o Branco, que se exteriorizava em seus vestuário e estandartes. Os antigos druidas tinham na cor branca um de seus principais elos do material para o espiritual, do tangível para o intangível. Os Magos Brancos da antiga Índia eram assim chamados porque utilizavam a magia para fins positivos, e também porque suas vestes sacerdotais eram constituídas de túnicas e capuzes brancos. O próprio Cristo Jesus, ao tempo de sua missão terrena, utilizava túnicas de tecido branco nas peregrinações e pregações que fazia.
Nas guerras, quando os adversários, oprimidos pelo cansaço e perdas humanas, se despojavam de comportamentos irracionais e manifestavam sincera intenção de encerrarem a contenda, o que faziam? Desfraldavam bandeiras brancas! O que falar então do vestuário dos profissionais das diversas áreas de saúde. Médicos, enfermeiros, dentistas etc., todos se utilizando de roupas brancas para suas atividades. Por quê?
Porque a roupa branca transmite a sensação de assepsia, calma, paz espiritual, serenidade e outros valores de elevada estirpe. Se não bastasse tudo o que foi dito até agora, vamos encontrar a razão científica do uso da cor branca na Umbanda através das pesquisas de Isaac Newton.
Este grande cientista do século XVII provou que a cor branca contém dentro de si todas as demais cores existentes.
Portanto, a cor branca tem sua razão de ser na Umbanda, pois temos que lembrar que a religião que abraçamos é capitaneada por Orixás, sendo que Oxalá, que tem a cor branca como representação, supervisiona os Orixás restantes. Assim como a cor branca contém dentro de si todas as demais cores, a Irradiação de Oxalá contém dentro de sua estrutura cósmico-astral todas as demais irradiações (Oxossi, Ogum, Xangô, etc.).
A implantação desta cor em nossa religião, não foi fruto de opção aleatória, mas sim pautada em seguro e inequívoco conhecimento de quem teve a missão de anunciar a Umbanda. Salve o Caboclo das Sete Encruzilhadas!!!!!
VESTUÁRIO UNIFORME, UMA NECESSIDADE

Uma das bases trazidas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por ocasião da anunciação da Umbanda no plano físico, evento histórico ocorrido em 15/16 de novembro de 1908, em Neves, Niterói - RJ, é a que diz respeito a igualdade.
Sabemos que na atual sociedade, com valores deturpados ou invertidos, é comum as pessoas avaliarem umas as outras, não pelo grau de espiritualidade, moral, caráter e boas ações, mas sim pelo que se apresenta a nível de posses.
Dentro deste contexto, é corriqueiro, embora extremamente falho, valorizar ou conceituar os habitantes deste planeta tendo como base a apresentação pessoal externa do indivíduo, ao invés de se atentar para qualificativos internos. Prioriza-se bens materiais em detrimento das virtudes.
E é justamente por isto que a Umbanda adotou o vestuário uniforme, para que alguns assistentes ainda enraizados em equivocados conceitos não tenham como dar vazão a seus distorcidos juízos de valor.
Assim, quem adentra por um terreiro na esperança de cura ou melhora de seus problemas, jamais terá a possibilidade de identificar no corpo mediúnico, todos com trajes iguais, eventuais ou supostas diferenças intelectuais, culturais e sociais. Não terá a oportunidade de saber se por trás daquela roupa sacerdotal encontra-se um rico empresário, um camelô, ou uma empregada doméstica.
Porque há quem vincule a eficácia de um socorro espiritual tomando por parâmetro o próprio médium através do qual a entidade se manifesta. Se o medianeiro atuasse nas sessões de caridade com trajes civis (comuns), algumas pessoas, que pensam da forma citada, passariam a tentar analisar o grau de intelectualidade, de situação financeira, social etc., pela qualidade do vestuário apresentado pelos médiuns. Então, sacerdotes calçando sapatos de fino couro, camisas e calças de marcas famosas, seriam facilmente identificados e preferencialmente procurados. Outros tantos, humildes na sua apresentação, seriam colocados em segundo plano.
Na Umbanda, Sopro Divino que a todos oxigena, o personalismo ou destaque individual é algo que jamais deverá existir. Somos meros veículos de manifestação da espiritualidade superior, e por isto, devemos sempre nos mostrar coletivamente, sem identificações pessoais ou rótulos. Somos elos iguais de mesma força e importância neste campo de amor e caridade denominado Umbanda.
Os que chegam aos Centros para darem passes, sem tomarem banho ou trocarem de roupa, estão ainda impregnados de cargas fluídico-magnéticas negativas, que, por conseguinte interferem no campo áurico e perispiritual dos médiuns, simplesmente acabam pela imposição ou dinamização das mãos passando ao assistente toda ou parte daquela energia inferior que carregam.
Na Umbanda, o uniforme do médium, ou está no vestiário do terreiro, e portanto dentro do cinturão de defesa do mesmo, ou está em casa sendo lavado ou passado, longe do contato direto com as forças deletérias.

AS VESTES

As vestes na Umbanda são geralmente brancas, sempre muito limpas, já que este é um dos motivos pelo qual se troca de roupa para os trabalhos. Nunca se deve trabalhar com as roupas do corpo, ou já vir vestido de casa com as roupas brancas. O suor causa uma sensação de desconforto, o que traz uma má concentração e intranqüilidade do médium (sem contar, é claro, com a desagradável situação de uma pessoa que vai tomar passes ou consultar-se, e ficar sentindo o cheiro do suor do médium, que está sempre próximo nos trabalhos).
O branco é de caráter refletor, já que é a somatória de todas as cores e funciona, aliado a outras coisas, como uma espécie de escudo contra certos choques menores de energias negativas que são dirigidas ao médium. Serve, também, para identificar os médiuns dentro de uma casa de trabalhos muito grande. Alem disso, é uma cor relaxante, que induz o psiquismo à calma e à tranqüilidade.

A Roupa Branca (Roupa de Santo) é a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias. As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (fios de contas), não se admitindo que um médium, após seus trabalhos, deixe suas roupas e guias no Terreiro, esquecidas. Quando a roupa fica velha, estragada, jamais o médium deverá dar ou jogar fora. Ela deverá ser despachada, pois trata-se de um instrumento de trabalho do médium.
Na nossa casa, nas sessões de Umbanda os homens utilizam calça e jaleco, e as mulheres utilizam o balandrau. Nas demais sessões, as mulheres podem usar também jaleco e calça.

O Pano de Cabeça (Torço) - É feito a partir de um pano chamado ojá (a palavra significa “faixa de pano”), de tamanho variável. Existem vários formatos de torço, que podem ter significados diferentes. Por exemplo: o torço com duas pontas (orelhas) significa orixá feminino enquanto o torço com uma ponta só simboliza orixá masculino.
Serve tanto para proteger a coroa do médium conta as energias mais pesadas, como também representa um sinal de respeito dentro de um determinado ritual.
A Toalha Branca (Pano da Costa) - Trata-se de um pano branco em formato de toalha (retangular), podendo ser contornado ou não com renda, fino ou grosso, de tamanho aproximado de 0,50 x 0,80 m. Entre outras coisas, é utilizado para cobrir a cabeça dos médiuns quando estes incorporam Obaluaiê.
Outras Roupas – Em alguns casos, os guias podem solicitar alguma peça de roupa para que usem durante os trabalhos. Podem ser:
Pretos Velhos: toalhas, batas, saia, calça, etc.
Exus: Roupas, lenços, chapéus, jóias, capas, etc.
Caboclos: Cocares, faixas, penas, tiras de couro, etc.
Crianças: Bonés, roupas, laços, toalhas, etc.
Estas peças de roupa serão autorizadas pela dirigente ou pelos guia chefe da casa.

A UMBANDA LHE CHAMA…. ATENDA ESSE CHAMADO, OU NÃO

Inívio da Silva Borda
Muitas pessoas têm, sistematicamente, procurado centros espíritas, principalmente de Umbanda, para solucionar problemas diversos. A convivência com os trabalhos, a presença nas sessões de consulta ou até mesmo de desenvolvimento, costumeiramente, desperta um interesse maior pela religião. A partir daí o consulente passa a viver a expectativa de, muito em breve, passar a integrar o corpo mediúnico da casa, ou, como se diz popularmente, “fazer parte da gira”.
Com o passar do tempo, no entanto, muitas pessoas ficam decepcionadas pois não encontraram aquilo que procuravam e a saída do terreiro é uma questão de tempo. Deixam de lado a fé, a esperança, a credibilidade e, simplesmente, buscam novos rumos. Novos tesouros.
Isso ocorre, na grande maioria das vezes, em razão da falta de orientação ao consulente por parte dos dirigentes espirituais. Via de regra é comum transformar um Centro Espírita, seja qual for a doutrina empregada ou o ritual seguido, em um balcão de atendimentos. Cartazes com promessas de solução para casamentos, amarração, problemas financeiros e de saúde são encontrados com facilidade pelas ruas da cidade.
Até mesmo atendimento eletrônico, seja via telefone ou Internet, já é oferecido hoje em dia.
E, com certeza, não será um atendimento gratuito. Cursos, então, tem para todos os gostos: curtos, longos, caros, baratos. E, em apenas nove meses, você pode se tornar um babalaô ou uma babá.
OBJETIVOS DA UMBANDA
Procura-se uma forma mais fácil de atrair o público para as sessões, sem, contudo, esclarecer quais são os reais objetivos da Umbanda. É certo que cada casa tem sua forma de atuar e cabe ao dirigente máximo definir suas prioridades. Mas transformar a religião em um balcão de negócios, certamente, não é o caminho mais correto.
A Umbanda preconiza a evolução espiritual, a busca pelo equilíbrio interior, a prática da caridade, a renovação da fé e o crescimento da esperança. Esperança por um mundo melhor, muito mais justo, igual, sem preconceitos de raça, credo, cor, sexo ou qualquer outra diferença que possa existir entre as pessoas. Afinal, aos olhos de Zambi, nosso Deus todo poderoso, somos todos iguais.
Portanto, quando receber o chamado da Umbanda, atenda-o. Mas tenha consciência de que esse chamado lhe representará uma oportunidade de reparar erros do passado, de progredir espiritualmente visando a vida futura. Contribuirá também para melhorar sua autoconfiança e valorizar a fé.
Não pense que, ao assumir seu compromisso com o Astral, estará dando o primeiro passo para receber bonificações materiais – um novo emprego, um carro importado e do ano, um marido (ou esposa) rica, aquela casa dos seus sonhos. Não meu irmão, essa não é a prioridade da Umbanda. Esses benefícios materiais serão resultados do seu esforço, da sua dedicação ao trabalho e, acima de tudo, do seu merecimento.
Na Umbanda você encontrará a Luz. Na Umbanda você encontrará a Fé, a Esperança e a Caridade. Agora, se esses não são os seus objetivos, por favor, não atenda ao chamado da Umbanda. Você ainda não está preparado.

Salve Seu Zé Pelintra!!!

Por Jorge Scritori
Sou guia, sou corrente, egregora e proteção. Sou chapéu, sou terno, gravata e anel. Sou sertão, sertanejo, carioca, paulista, alagoano e Brasileiro. Sou Mestre, Malandro, Baiano, Catimbozeiro, Exu e Povo de Rua. Sou faca, facão e navalha. Sou armada, cabeçada e rasteira. Sou Lua cheia, sou noite clara, sou céu aberto.
Sou o suspiro dos oprimidos, sou a fé dos abandonados. Sou o pano que cobre o mendigo, sou o mulato que sobe o morro e o Doutor que desce a favela.
Sou Umbanda, Catimbó e Candomblé. Sou porta aberta e jogo fechado. Sou Angola e sou Regional.
Sou cachimbo, sou piteira, cigarro de palha e fumo de corda. Sou charuto, sou tabaco, sou fumo de ponta, sou brasa nos corações dos esquecidos.
Sou jogo de rua, sou baralho, sou dado e dominó. Sou cachetinha, sou palitinho, sou aposta rápida. Sou truco, sou buraco e carteado.
Sou proteção ao desamparado, sou o corte da demanda e a cura da doença.
Sou a porta do terreiro, sou gira aberta e gira cantada.
Sou ladainha, sou hino, sou ponto, sou samba e sou bamba.
Sou reza forte, sou benzimento, sou passe e transporte.
Sou gingado, sou bailado, sou lenço, sou cravo vermelho e sou rosas brancas.
Sou roda, sou jogo, sou fogo. Sou descarrego, sou pólvora, sou cachaça e sou Jurema.
Sou lágrima, sou sorriso, sou alegria e esperança.
Sou amigo, parceiro e companheiro.
Sou Magia, sou Feitiço, sou Kimbanda e sou demanda.
Sou irmão, sou filho, sou pai, amante e marido. Sou Maria Navalha, Sou Zé Pretinho, sou Tijuco Preto e sou Camisa Preta.
Sou sobrevivência, sou flexibilidade, sou jeito, oportunidade e sabedoria.
Sou escola, sou estudo sou pesquisa e poesia.
Sou o desconhecido, sou o homem de história duvidosa, mas sou a história de muitos homens.
Sou a vida a ser vivida, sou palma a ser batida, sou o verdadeiro jogo da vida:
Eu Sou Zé Pelintra!

Ensinamentos de Exu João Caveira

Estava lá fora, sentada, fumando, quando senti a aproximação de um guia espiritual que me acompanha, o Exu João Caveira.
Nossa conversa, apesar de se estender um pouco, foi bem interessante, discutimos acerca do uso do álcool e do fumo na umbanda, tão mal falado por seguidores de outras religiões e mal explicado por nós, médiuns.
Ele se aproximou de mim e eu disse:
- Salve compadre!
- Salve moça!
- Eu vou comprar o uísque que te prometi, mas gostaria de saber se o senhor vai tomar na garrafa.
- Sim, porquê?
- Hum, porque eu acho que não vão deixar o senhor tomar na garrafa, lá no terreiro, o uso do álcool é controlado.
- Sei disso, mas tomarei na garrafa assim mesmo.
- E como o senhor tem tanta certeza disso?
- Simples, eu sou um Exu guardião, trabalho dentro das leis da umbanda, que provêm do Alto, não bebo por vício ou prazer, se eu quisesse apenas beber, seria mais fácil encostar num médium que estivesse no bar, bebendo, e não num terreiro de umbanda, entende?
- Sim. Já que o senhor está por aqui, poderia me explicar um pouco sobre essa questão do uso do álcool e do fumo na umbanda?
- Posso. O álcool é apenas um extrato da planta, pode ser da cana, da uva entre outras plantas, logo, quando estou com o marafo na mão, estou utilizando o elemento vegetal, porém, tendo em vista que a planta se abastece de água, e é composta por água em seu caule e folhas, o álcool tem uma parte do elemento mineral, sendo assim, quando eu estou com meu marafo, estou manipulando duas energias de elementos distintos da natureza, que se fundem e me dão um resultado, o elemento mineral mesclado com o elemento vegetal. Quando incorporado, bebo o marafo para limpar o médium e alterar o seu estado de consciência, fazendo com que ele fique mais disperso e facilite o meu trabalho, quando sirvo ao consulente, serve para descarrego e também para deixá-lo mais à vontade, sabe, parece que não é fácil conversar com exu, o povo fica tenso, então eu uso dessas propriedades para deixá-lo mais tranqüilo e também serve como um contraste pois eu adentro o “interior” do consulente.
- Legal, e o fumo?
- O fumo é feito de uma combinação de ervas. Claro que hoje em dia eles misturam um monte de porcaria, esses fumos industrializados não são muito fortes porque contem mais agentes químicos do que ervas, por isso que se fuma muito. Para manter o charuto aceso ele forma uma brasa certo?
- Certo.
- Esse é o elemento ígneo, e a fumaça que sai é o elemento eólico. Essa combinação dos três elementos: vegetal, ígneo e eólico ajuda a equilibrar a aura do consulente, envolvendo-a como um manto protetor, e também, dissolvem alguns tipos de larvas astrais, miasmas, entre outras funções.
- Mas e…
- Já sei, vai me perguntar onde está o elemento terra não é?
- Pois é…
- O elemento telúrico esta presente o tempo todo, é o único que o guia não pode ficar sem utilizar em uma sessão. Mesmo em terreiros que não se utilizam de álcool e fumo pois encontraram uma outra alternativa para suprir essas necessidades, veja bem, eles se utilizam de outras alternativas, não porque são mais ou menos evoluídos, apenas trabalham diferente, mas nunca poderão deixar de utilizar o elemento telúrico, que está abaixo dos nossos pés, e isso explica porque não se usam calçados nas giras.
- É verdade.
- A terra é uma ótima condutora de eletricidade, sem perceber, numa combinação de passes, toda a energia é descarregada na terra, mas há também o sentido contrário.
- Como assim?
- Para aquela pessoa que está ansiosa, irritada, o corpo dela está conduzindo eletricidade em demasia, sofrendo diversas descargas elétricas em virtude do desequilíbrio emocional, o passe é dado de forma que essas descargas sejam descarregadas na terra, deixando o consulente mais calmo, tranqüilo e esperançoso. O sentido inverso ocorre quando o consulente está, por exemplo, desanimado, seu corpo produz uma estática, ou seja, há uma ausência total ou quase total de descargas elétricas, dessa forma, é dado um passe ao contrário, ou seja, a terra, por meio de descargas elétricas, provocam essa estática e reanimam o consulente, dando uma sensação de força e fé a ele. Entenda que o corpo também necessita de eletricidade, mas esta não pode ficar ausente totalmente ou em demasia, deve ter uma quantidade certa para que o corpo, a mente e o espírito estejam em equilíbrio.
- Poxa, que interessante.
- É muito simples, não tem muito mistério não. Só vim ver como andam as coisas por aqui, tenho outras coisas a fazer agora, e não vim te cobrar meu uísque. Até mais!
- Até mais compadre! Salve tuas forças.
E ele se foi, me deixando com a cabeça cheia de informações. Parece até que tantas respostas eram até óbvias, mas a gente nem imagina que é tão simples como parece.
Salve todos os Exus!!!
Salve Sr. João Caveira, por sua luz, força e sabedoria!
Axé
Joyce Gorgoll / Pandora

quarta-feira, 10 de março de 2010

AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO

Num cantinho de um terreiro sentado num banquinho pitando o seu cachimbo, um triste Preto Velho chorava. De seus “olhos” molhados, esquisitas lagrimas desciam-lhes pelas faces e não sei porque contei-as. Foram sete. Na incontida vontade de saber, aproximei-me e o interroguei. Fala, meu Preto Velho, diz ao teu filho por que externa assim uma tão visível dor?
E ele, suavemente respondeu. Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.
• A primeira, eu dei à estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...
• A segunda, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.
• A terceira, distribui aos maus, aqueles que somente procuram as entidades de pouco esclarecimento sobre a doutrina verdadeira do Mestre Jesus, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar o seu semelhante.
• A quarta, aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se ~ela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
• A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na doutrina do Cristo Jesus, nos Teus Caboclos e nos Teus Zumbis, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.
• A sexta, eu dei aos fúteis que vão de templo em templo, não acreditando em nada, buscando aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.
• A sétima, filho, notas como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Fiz doação dessa aos médiuns vaidosos que só aparecem no templo em dia de festa e faltam às doutrinas. Esquecem que EXISTEM TANTOS IRMÃOS PRECISANDO DE CARIDADE, TANTAS CRIANCINHAS PRECISANDO DE AMPARO MATERIAL E ESPIRITUAL.
Assim, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma...
Do livro: Umbanda de Todos Nós
W.W.da Matta e Silva (Mestre Yapacany)
O Sr. W.W. da Mata e Silva, uma figura de real importância na Umbanda, autor de várias obras, cultuava: Oxalá, Ogum, Iemanjá, Oxossi, Xangô, Yuri (linha do Oriente) e Yorima (linha dos pretos-velho).

Crianças da Umbanda

“É impossível nos mantermos insensíveis às vibrações de felicidade, alegria, amor e esperança que nossas queridas “crianças” nos trazem através dos Rituais de Umbanda.”
No catolicismo “as crianças” são sincretizadas por “COSME E DAMIÃO”. Nascidos em 270, eram irmãos trigêmeos junto com Doum, que faleceu ainda pequeno. Cosme e Damião tornaram-se médicos e praticavam a medicina gratuitamente em socorro aos pobres e às crianças infelizes e abandonadas, realizando curas milagrosas. A presença dos gêmeos, em qualquer lugar, tinha um dom sobrenatural.
Dioclesiano, imperador da época, começou a perseguí-los, pois a Roma pagã não tolerava o cristianismo que ameaçava expandir-se. Foram presos, torturados, acusados de prática de curandeirismo e por fim, foram decapitados em 303.
Contam que o imperador, ao tocar a cabeça dos mártires, recuperou milagrosamente o movi¬mento de um dos braços paralisado desde uma antiga batalha.
No culto de Nação, “as crianças” estão ligadas aos ORIXÁ IBEJI (nação Ketu) e VUNJI (nação Angola e Congo), que simboliza alegria, fertilidade e inocência, sua função é cuidar das crianças desde bebê até a adolescência, independente de seu Orixá.
Na Nigéria o nascimento de gêmeos era motivo de comemoração entre todo o povo, onde a mãe e as crianças eram homenageadas e saiam para as ruas para festejar e receber presentes.
Na UMBANDA são grandes renovadores de nossos sentimentos, amparados pela irradia¬ção do Amor – pelo Orixá Oxu¬maré.
Crianças, erês, ibejadas trabalham com tanta força, com tan¬ta pureza e simplicidade, que uma “simples” bala imantada por eles suaviza nossa alma, adoça nossa vida, são ótimos cura¬dores e fantásticos orientadores espirituais.
- Não subestimem esses irmãozinhos do astral, que brincam trabalhando e trabalham brincando.
“ Salve 27 de setembro! Salve os Erês!
Que não percamos nunca a pureza da vida, que a
inocência não signifique fracasso, mas sim refinamento moral.”

A importância do "Saudar"

O umbandista respeitoso e religioso deve sempre que entrar em um Centro, Saudar respeitosamente as Forças que sustentam aquele Centro e o próprio médium. Deve-se no primeiro momento Saudar as Forças dos Srs. Guardiões e das Sras. Guardiãs assentadas na Tronqueira agradecendo a permissão de sua entrada naquela Casa Santa, agradecendo o recolhimento e encaminhamento de espíritos negativos que é realizado no ato da “simples” saudação, agradecendo a guarda, a força e a proteção que ELES realizam. Em segundo momento Saudar o Congá e o Altar, local Sagrado de um Centro que deve ser respeitado e é onde se realiza a grande troca de energia, pois todas as Irradiações Divinas estão sendo projetadas sobre todos aqueles que reconhecem o Poder Divino. O ato de “Bater Cabeça” não deve ser um “costume”, mas sim uma atitude de reverência diante dos Sagrados Orixás, é nessa hora que comungamos com Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Oba¬luayê e Iemanjá pedindo que ma¬ntenha nossos olhos fechados para o ciúme, para o egoísmo e para a inveja, que mantenha nossos ouvidos fechados para a intriga e para a curiosidade que alimenta a fofoca, que mantenha nossos corações abertos para o amor, para a fé, para a compaixão e para a esperança, que ma-ntenha nossa mente aberta para o discernimento, para a sabedoria e para a paciência, que mantenha nosso espírito purificado e iluminado para que assim possamos servir de “simples” instrumentos de Deus, da Lei e da Justiça. É o momento de agradecer, agradecer e agradecer por essa oportunidade única e excelsa que temos por estar diante do Poder Divino. Em terceiro lugar e não menos importante, o médium deve Saudar e tomar a Benção de seu Pai ou Mãe Espiritual. Quando isso ocorre, o “filho” está reconhecendo seu Pai Espiritual co¬mo o detentor dos conhecimentos da Lei de Umbanda e como seu orientador, que o conduzirá, sustentará e protegerá dentro da doutrina religiosa umbandista. “Tomar a Benção” é um procedimento de reconhecimento de Grau e de respeito à Hierarquia, pois o Pai Espiritual é a voz, é a força, é o representante e o intermediá¬rio dos Orixás aqui no plano material e ele é escolhido e preparado pelas próprias Forças Divinas, pois se assim não fosse, não conseguiria sustentar uma gira ou realizar um “simples” desenvolvimento. Cada Centro tem a sua forma de saudar o Pai Espiritual, mas quando o médium toma entre suas mãos a mão de seu Pai Espiritual, a beija respeitosamente, leva-a até a sua testa e a beija novamente, este ato representa o desejo de que aquelas mãos preparadas o conduza aos serviços de Deus ajudando-o a adquirir conhecimentos Sagrados. Ao dizer: “Daí-me Pai, a sua benção” e o Pai Espiritual responder “Seja Oxalá quem lhe abençoe” ele está saudando acima de tudo a Trindade Divina e sendo abençoado POR OLORUN, POR OXALÁ E POR IFÁ. As mesmas atitudes devem ser realizadas ao sair do Centro, pois o médium sai do Sagrado para o Profano.
Matéria retirada do Jornal de Umbanda Carismática – JUCA Edição Nº 003 – Outubro 2006

O MISTÉRIO PRETO VELHO

Lá atrás, no dia 12 de novembro de 1908 em São Gonçalo- RJ – na casa de Zélio de Moraes, após a “subida” do Caboclo das Sete Encruzilhadas e a manifestação de Pai Antonio, que rapidamente dirigiu-se ao canto da sala procurando seu toco para sentar e seu cachimbo para fumar, começamos a aprender um pouco sobre “O MISTÉRIO PRETO VELHO “ e sua simplicidade, humildade e mansidão, não deixando de ser sábio e generoso.
É muito comum nosso coração se inundar de amor transformando-se em lágrimas de pura emoção, quando lembramos do Vovô, da Vovó, ou mesmo do Velho, termo que expressa sua experiência e simplicidade.
Sua forma de incorporar é contida, sem dançar muito, com apenas movimentos de ombros ou pernas. A vibração começa com um peso nas costas e uma inclinação do tronco para frente. Seus apetrechos são simples, gostam de café ou vinho tinto, de cigarro de palha ou cachimbo, de terço que pode ser de lágrima de Nossa Senhora, adoram trabalhar com arruda, guiné, alecrim ou a própria pemba.
São espíritos ELEVADÍS¬SIMOS que se apresentam sob aparência de negros escravos, mas nem todos foram negros ou escravos, são formas plasmá¬ticas, onde nos trazem paz e paciência, nos ajudando a evoluir nos sete sentidos da vida.
Eles, assim como todos os Guias Espirituais, são Regidos pelos Sagrados Orixás caracterizando-os em seus trabalhos espirituais. Percebemos isto pelas diferentes formas de incorporar, movimentar, falar e até em seus gostos e apetrechos de trabalho.
CARACTERÍSTICAS
DE PRETO VELHO:
De Ogum: São rápidos na forma de incorporar, são sem paciência, diretos na maneira de falar e de trabalhar. Suas consultas são encorajadoras e seguras.
De Oxum: São lentos na forma de incorporar e até de falar. De serenidade inconfundível, são especialistas na reflexão. Ajudam nas doenças psíquicas e depressão.
De Xangô: São raros de se ver. Rápidos na incorporação, passam seriedade em cada palavra dita, além de exigir bastante de seus médiuns e consulentes.
De Iansã: São rápidos na forma de incorporar e de falar, trazendo mudanças rápidas de pensamentos e diretrizes. Conduzem eguns.
De Oxossi: São alegres na forma de incorporar e um pouco rápidos, são brincalhões, gostam de dançar e receitam remédios naturais para o corpo e para alma. Verdadeiros químicos em seus tocos, falam bastante.
De Nanã: São raros de se ver, incorporam de forma lenta e pesada, falam rígido com seriedade profunda, não brincam em suas consultas, exigem muito respeito de seus médiuns afastando-se de médiuns com “moral fraca”.
De Obaluayê: São raros de se ver, são simples na incorporação e na forma de falar. Exigem de seus médiuns postura e moral. Trabalham vários assuntos com muita sabedoria. Gostam e querem que todos os seus pedidos (ensinamentos) sejam feitos, caso contrário, lhes tira o que foi dado para ensinar o respeito e reflexão na importância de seus atos.
De Iemanjá: São belos em sua incorporações. De fala doce e meiga, têm a paciência e compreensão das mães. São grandes conselheiros.
De Oxalá: Raramente dão consultas. São lentos e belos. Movimentado-se pouco, são especialistas em passes energé¬ticos e exigem de seus médiuns a caridade, a assiduidade no terreiro, sem vaidade.
Quer aprender a viver melhor? Então aprenda com um PRETO VELHO.

OFERENDAS PARA OS ORIXÁS

Muitos médiuns querem saber quais oferen¬das podemos dar no dia de determinado Orixá.
Estaremos agora passando uma receita básica que pode ser utilizada para qualquer Orixá ou Entidade.
Um pacote de amor em pó, para que qualquer brisa possa espalhar para as pessoas que estiverem perto ou longe de você;
Um pedaço (generoso) de fé, em estado rochoso, para que ela seja inabalável;
Algumas páginas de estudo doutrinário, para que você possa entender as intuições que recebe;
Um pacote de desejo de fazer caridade desinteressada em retribuição, para não “desandar” a massa.
Junte tudo isso num alguidar feito com o barro da resignação e determinação e venha para o terreiro.
Coloque em frente ao congá e reze a seguinte prece:
“Pai, recebe esta humilde oferenda dada com a totalidade da minha alma e revigora meu físico, para que eu possa ser um perfeito veículo dos teus enviados. Amém.”
Pronto! Você acabou de fazer a maior oferenda que qualquer Orixá, Guia ou Entidade pode desejar ou precisar...
Você se dispôs a ser um MÉDIUM!
Um Esclarecimento Espiritual Dos Exus Amparadores

por Wagner Borges
Ainda agora, enquanto eu preparava o material para a 1ª aula do curso de Orientalismo e Espiritualidade (com ênfase nos ensinamentos dos Upanishads) que iniciarei daqui a pouco no IPPB para cerca de 235 pessoas, percebi uma certa manifestação energética por fora do meu apartamento. Fechei os olhos e concentrei-me para verificar o que era. Pulsei luz no meu chacra frontal e nas mãos enquanto erguia os pensamentos e sentimentos ao Supremo Amor para sintonizar a consciência com as energias elevadas.
Fora do apartamento (moro no quinto andar), em pleno ar, surgiu uma fenda escura. Eu sabia que era uma passagem interdimensional para o plano extrafísico. Do outro lado da mesma, muito embora eu não pudesse vê-los diretamente, estava um grupo de Exus que trabalham nos ambientes pesados do Astral desmanchando as porcarias que os encarnados encomendam aos seus asseclas desencarnados que patrocinam certos processos de magia trevosa.
Eles operam em climas pesadíssimos e são craques em dissolver as energias pesadas emanadas pelo ódio. Costumam trabalhar associados as egrégoras afro-brasileiras, principalmente na Umbanda. São espíritos que não costumam aparecer ostensivamente e não são dados a floreios espirituais. Costumam ser bem diretos e falam na cara o que for preciso, sem qualquer dose de concessão ao ego de quem os escuta. Dentro de sua maneira direta de agir, eles não suportam pessoas hipócritas e nem espiritualistas que complicam o serviço com os seus problemas corriqueiros. Também não gostam de pessoas que trabalham sem honra no caminho e apenas voltadas para a resolução de suas problemáticas infantis.
Apesar de aparentarem um jeitão meio agressivo (quem os critica não trabalha com as energias pesadas que eles tem que aturar a toda hora e nem tem metade da raça desses amigos que operam no Umbral e que tanto ajudam a humanidade sem receberem o mínimo reconhecimento), respeitam muito a quem trabalha verdadeiramente voltado para a Espiritualidade Superior. Em muitas ocasiões de minha vida fui ajudado por esses Exus e outras entidades ligadas às atmosferas psíquicas afro-brasileiras. Por diversas vezes, principalmente em projeções da consciência com resgates extrafísicos dificílimos, esse pessoal me ajudou e protegeu, sempre de forma limpa e sem me cobrar coisa alguma.

Alguns desses grupos extrafísicos trabalham ligados a diversos mestres espirituais que ajudam invisivelmente a humanidade. Servem nos planos densos sob o comando secreto dos mentores que patrocinam o esclarecimento espiritual planetário. São eles que seguram as barras pesadas nos ambientes crosta-a-crosta e nos planos extrafísicos densos (umbralinos). São eles os amparadores que descem as furnas malignas para enfrentar o mal que se esconde do olhar dos homens sem fé e sem coragem.

Sim, são eles que se revestem de coragem e partem para os combates com os agentes extrafísicos patrocinadores e exploradores das trevas humanas que se escondem aos olhos dos homens, mas que são observadas por esses Exus-amparadores. São eles que ajudam muito a proteção de diversos grupos espiritualistas e nunca são reconhecidos pelos mesmos (muitos grupos estão mais preocupados com combates com os agentes extrafísicos patrocinadores e exploradores das trevas humanas que se escondem aos olhos dos homens, mas que são observados por esses Exus-amparadores. São eles que ajudam muito a proteção de diversos grupos espiritualistas e nunca são reconhecidos pelos mesmos (muitos grupos estão mais preocupados com a pureza doutrinária do que com a verdade que se apresenta e precisa ser evidenciada de forma universalista).
Nesse instante, enquanto escrevo essas linhas, sinto a presença do Pai Joaquim de Aruanda, amparador Preto Velho ligado às vibrações da Umbanda e que também já me ajudou em muitas projeções. É ele que está patrocinando esse contato espiritual com os Exus amigos e permitindo a manutenção das vibrações sadias que me inspiram a escrever tudo isso.
Voltando ao relato com o qual iniciei esses escritos, os Exus que estavam do outro lado da fenda interdimensional me passaram uns toques espirituais importantes. Alguns deles são de cunho pessoal e referem-se a um processo extrafísico pesado no qual estão envolvidas algumas pessoas que estou tentando ajudar. Porém, alguns dos toques são de cunho geral e poderão ser úteis para a reflexão de outras pessoas que estudam a Espiritualidade. Aliás, esse foi o motivo que me fez correr aqui para o computador e escrever logo para não esquecer posteriormente.

Vou colocar por tópicos para facilitar:

1. “Muitas pessoas que correm para os lugares espiritualistas em busca de ajuda não merecem ser ajudadas. Não fazem nada para melhorar, só querem que alguém tire o peso de seus cangotes.”
2. “O ser humano é muito falso mesmo. Vai pedir ajuda espiritual como se fosse um perseguido e injustiçado, mas nem conta dos desejos cruéis que carrega e que são a causa de sua desdita.”
3. “Os obsessores são tinhosos mesmo e perturbam muito, principalmente se a pessoa lhes dá fartura de pensamentos ruins na cachola e lhes dá a guarida de suas energias.”
4. “Algumas porradas espirituais que as pessoas levam são bem merecidas. Quem manda mexer com o que não deve? Quem enfia a mão no vespeiro quer ser ferroado. Depois não adianta reclamar!”
5. “As pessoas olham muito para os defeitos dos outros. Por isso não tem tempo de enxergarem suas próprias mazelas. Mas os obsessores adoram vê-las, ao vivo e a cores, direto dentro delas mesmas, de preferência acoplados juntos e fazendo a festa.”
6. “Quem trabalha direito e segue seu caminho com honra não precisa de proteção espiritual. A luz de seus propósitos já lhe protege e inspira. Porém, em alguma necessidade a mais, pode contar com a gente mesmo. Nem precisa pedir. Quem é raçudo no rala-rala da vida e ainda pensa no bem dos outros merece ser tratado com o devido respeito.”
7. “Tem muita gente fazendo coisa braba para os outros. Problema delas! Vão se ferrar, mais cedo ou mais tarde. Tudo o que elas mandarem na intenção de alguém irá voltar para elas mesmas lá na frente.”
8. “Quanto maior for à má intenção de alguém, maior será a chusma de espíritos perversos agarrados em suas energias.”
9. “Tem muita gente rezando para acabar com alguém ou para conquistar a força o que não merece. Ah, eles vão se ferrar!!!”
10. “A maioria das pessoas não tem vergonha na cara. Rezam pouco, pensam mal dos outros, estão cheias de medo e ainda deixam a guarda aberta por causa de seus rolos emocionais. Depois ainda ficam se perguntando o por que de tantas coisas ruins estourando em suas vidas pequenas e apagadas.”
11. “A grana que o pessoal paga em algum lugar para fazer coisa braba para os outros poderia ser usada para ajudar os pobres. Quem faz isso merece as porradas espirituais que leva e os obsessores que arrasta em sua companhia.”
12. “O dinheiro não é capaz de comprar uma noite de sono com a consciência tranqüila. E é durante o sono que muita gente se ferra no Astral. Tem espírito brabo doido para fungar em seus cangotes e sugar suas energias. E tem gente que ainda acha que é pesadelo.”
13. “Quem é justo tem a proteção que merece. Pode sair do corpo sem susto. Está em casa e não tem o que temer. Pode voar por aí e aproveitar as horas de recreio espiritual.
Os guias espirituais os orientarão e os protegerão de qualquer coisa, desde que sejam justos.”
14. “Muitos já nos chamaram de polícia do baixo astral ou de lixeiros do Astral inferior. Pela parte que nos toca, muito obrigado. Mas nós somos mesmo é ajudantes de serviços gerais no Astral. Fazemos o que é preciso e justo, sem passar dos limites que os Maiorais da Espiritualidade nos determinaram. Nenhum de nós é traíra! Somos o que somos. Somos honrados e ninguém nos compra. E ai de quem tentar nos enrolar com promessas falsas ou intenções ruins.”
PS: Um deles ainda me disse o seguinte: “Se você vai escrever mesmo o nosso recado, então vai fundo. Escreve tudo mesmo. Pode esperar que você será criticado por isso. Dane-se! Faz com honra e verdade e dane-se o que os hipócritas de plantão pensam. Os obsessores deles que se entendam com eles. Se você faz o seu serviço com convicção e é guiado pela Espiritualidade Superior, manda ver! O seu coração sabe o quanto de verdade que há nesse nosso papo. E tem muita gente que entenderá o recado sim. E não é aquela gente que se acha espiritualizada não (se acham muito espertos, mas dançam feio em muitas situações que só a galera do Invisível é que vê). Quem entenderá esse recado são as pessoas simples de coração e de mente. A elas o nosso respeito.”
Nota: Enquanto finalizo esses escritos, também está presente um dos amparadores do grupo de Ramatís supervisionando tudo.

Um último esclarecimento: Como elemento interdimensional consciente e que percebe outros planos e seres espirituais, é minha tarefa passar para o plano físico muito do que vejo como forma de esclarecimento espiritual universalista. Alguns entendem isso, outros não. Não importa. Não escrevo para agradar a doutrina ou o condicionamento de ninguém mesmo. Só sei que apesar dos defeitos que tenho, os propósitos que movem o meu trabalho são justos e que tento caminhar com honra na tarefa que me foi designada pela Espiritualidade.

Agradeço muito ao Grande Arquiteto Do Universo pela oportunidade de viver na Terra e de andar com a mente e o coração abertos a tudo aquilo que seja positivo e criativo na manifestação da vida. Na casa secreta do meu coração há espaço para todas as correntes de trabalho espiritual que fazem o bem para a humanidade.
Agradeço aqui de forma explícita a todos os amparadores das egrégoras afro-brasileiras que sempre deram uma grande força e proteção na tarefa espiritual e humana em que estou envolvido.
E também deixo aqui registrada toda a minha alegria de trabalhar com a Espiritualidade, minha grande riqueza de consciência e que nem a morte pode roubar-me, pois é estado de consciência íntimo e intransferível. Paz e Luz.

São Paulo, 16 de julho de 2002, às 18h.

segunda-feira, 8 de março de 2010

a Inveja

Texto originalmente publicado no jornal de cultura espírita Abertura, em julho de 1998.


Eis um dos sentimentos mais torpes e difíceis de serem eliminados da alma humana. Trata-se de um dos vícios que mais causa sofrimento à humanidade. Onde houver apego à materialidade das coisas, notadamente em seu significado, naquilo que o objeto de desejo simboliza em termos de bem-estar e status quo, aí estará a inveja, sobrevoando os pensamentos mais íntimos qual urubu ou abutre insaciável, esfomeado pela carniça. A cobiça é o seu moto-contínuo.

Há pessoas que se colocam como cães de guarda, sempre alertas ao menor ruído. Basta alguém se destacar em alguma área, por mais ínfima que seja e lá estará o invejoso, pronto para apontar o dedo e tentar minimizar o feito de seu próximo. Uma roupa diferente, um calçado da moda ou mesmo um brico ou pulseira bem colocados, já torna-se motivo para elogios, nem sempre sinceros. As mulheres, e que me perdoem as mulheres, elas são pródigas nesse tipo de expediente.

COBIÇA E BEM-ESTAR

Torna-se necessário, contudo, diferenciar a inveja, a cobiça, da busca do bem-estar. Não há nada de errado em trabalhar para se conquistar o conforto necessário à subsistência e às condições materiais imprescindíveis, visando o aprimoramento e a eficiência em determinada atividade, sem causar prejuízo ao próximo. Se alguém possui um objeto ou uma virtude que nos falta, desejá-los com humildade e sinceridade não é inveja.

Todavia ela surge, graciosa e sedutora, quando sentimos uma sensação de perda, um vazio não preenchido pelo objeto de desejo, principalmente quando, numa formulação mental mesquinha e destrutiva, nos consideramos muito mais dignos do que aquele que possui o que não temos.

902. É repreensível cobiçar a riqueza com o desejo de praticar o bem?
— O sentimento é louvável, sem dúvida, quando puro. Mas esse desejo é sempre bastante desinteressado? Não trará oculta uma segunda intenção pessoal? A primeira pessoa a quem se deseja fazer o bem não será muitas vezes a nossa? (O Livro dos Espíritos - Ed. LAKE)

A acepção desta pequena palavra, contida no dicionário Aurélio, é deveras interessante. "Desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem. Desejo violento de possuir o bem alheio." Os Espíritos que perturbam a nossa relativa felicidade, erroneamente chamados de obsessores, a fim de nos ver nivelados ao seu estado de inferioridade moral, agem movidos pela inveja.

Invejosos eram os fariseus e os saduceus na época de Jesus de Nazaré. Invejoso foi Judas. E Barrabás, ao se ressentir do carisma que o mestre possuía naturalmente em profusão, sem precisar lançar mão de artifícios, poses e posturas afetadas, às vezes até necessárias para um político profissional.

Quantos reis e rainhas não foram massacrados, mortos em circunstâncias misteriosas, efeito direto dessa viciação moral? A chamada "puxada de tapete", que ocorre nas empresas, nos vários locais de trabalho, inclusive na família e onde quer que se reúnam pessoas, sempre acontece sob inspiração desse vício hediondo e asqueroso.

TRIO DE FERRO

A vaidade e o orgulho, esses dois gigantes da imoralidade, filhos diletos do egoísmo, combinados proporcionalmente com a inveja, formam um trio de ferro corrosivo, uma espécie de três mosqueteiros às avessas. Um triunvirato repugnante e nauseabundo, espécie de tríade repulsiva e sinistra.

Se nos consideramos mais merecedores do que o próximo que tenha aquele belo carro do ano, imaginando que seria mais "justo" que aquele objeto fosse de nossa propriedade, essa fantasia traz consigo um ranço de origem, proporcionado pela inveja.

Em função desse sentimento mesquinho, muitos grupos espíritas se dividem (aliás, o movimento espírita cresce mais por divisão do que por uma multiplicação previamente planejada) na busca tresloucada de espaços de trabalho, na direção de determinadas atividades, no exercício do poder. É muito comum vermos subgrupos dentro de um mesmo grupo, a popular panelinha, um tipo de trincheira, um gueto mesmo, que se arma contra os que conquistaram, ao longo do tempo, o seu espaço por mérito moral e intelectual.

Esses grupelhos promovem fofocas, queimam pessoas, malham as legítimas lideranças como se fossem Judas, desmerecem o trabalho realizado e promovem intrigas. Tudo por inveja. Não há dor de cotovelo que suporte o sucesso alheio. É por isso que a cobiça, a avidez desmesurada e destrutiva proporcionam um quadro de morbidez e infelicidade para aquele que se alimenta desse sentimento maligno.

O INVEJOSO EM AÇÃO

O invejoso não suporta ver um novato invadir espaços que ele, em sua santa indolência, deixou de ocupar por pura incompetência e comodismo. Se sente atingido, usurpado e se agarra, com unhas e dentes, ao espaço que ele acha que é seu e somente seu. Uma sutileza interessante, já que o homem pré-histórico, movido pelo instinto brutal, destroçava o seu algoz, a fim de se apropriar de seus pertences. O tempo passou, a evolução se processou como convém à estrutura das leis naturais, mas o princípio permanece o mesmo.

O invejoso passa para o boicote, vai minando com fofocas e pequenas atitudes estrategicamente montadas, a fim de destruir o novo trabalhador da Doutrina. Quer provar, ao menos para si mesmo, que o espaço é dele, e somente dele.

Do micro-universo do centro à macro-estrutura do movimento espírita, acontece, analogamente, a mesma situação. Os burocratas do Espiritismo brasileiro, cercados por seus porta-vozes, asseclas e pseudo-intelectuais, se arrepiam só em pensar na perda do poder. Quando algum grupo surge, contestando sua concepção doutrinária e seus esquemas, tratam logo de persegui-lo, taxando-o de antro de obsedados, de anti-fraternos, anti-espíritas etc.

Não dá para negar que muitos até escrevem livros atacando esses grupos, se esmeram na elaboração de artigos e fazem palestras, movidos pela boa intenção. Mas será que, no fundo, não há também uma razoável dose de inveja do vigor da juventude intelectual e moral que, inevitavelmente, agride os indiferentes?

INSTINTO DEGENERADO

A inveja é uma das facetas do instinto de destruição degenerado, estagnado, pois ela conduz o invejoso ao extermínio, ao transtorno e à ruína de si mesmo.

"Puxa, que belo quadro, gostaria de tê-lo pintado!"

"Que livro interessante, desejaria tê-lo escrito!"

"Caramba, que sacada, por que não tive essa idéia antes!"

Se o sentimento de surpresa diante de uma obra, de um feito ou de uma rara virtude for digno e generoso, não há inveja. Trata-se apenas de um incentivo, um grande estímulo para que nos empenhemos em adquirir novas virtudes, produzir quadros mais belos se formos artistas, textos mais requintados se formos escritores, tortas mais saborosas se formos um mestre-cuca.

O Espiritismo nos ensina que as pessoas que agem de modo desinteressado, com benevolência e ternura, de forma natural, sem afetações, sem hipocrisia, são como velhos guerreiros que no passado já auto construiram e conquistaram sua grandeza moral. Ter o desejo de se comportar como essas pessoas não é inveja. Se fosse, seria uma inveja deveras singular.

Daí que o modelo de virtude eleito pelo Espiritismo, Jesus de Nazaré, torna-se ao menos para nós, ocidentais, uma referência longínqua e ao mesmo tempo muito próxima, uma baliza, um marco para a busca necessária da virtude, de uma ética condizente com as leis naturais.

A VIRTUDE

Segundo Platão e Sócrates, virtude não se ensina. A virtude (aretê) nada tem de opiniático. Trata-se de um dom ofertado por Deus, segundo a concepção socrática. Mas virtude é conhecimento, e como tal, segundo os gregos, não pode ser ensinada. Ou seja, não é uma técnica, um conhecimento formal, que possua o mesmo sentido lógico e racional de uma equação matemática ou mesmo de um teorema. Esse aforismo conhecer a si mesmo, a grande máxima inscrita no Templo de Delfos e adotada por Sócrates, é um dos fundamentos de sua doutrina.

Com Sócrates e Platão entendemos que aprender é recordar, relembrar, é rever, revisitar. Eles eram reencarnacionistas e inauguraram uma concepção toda nova do que se convencionou chamar de alma (psiquê), algo imponderável e que sobrevive à matéria. Não foi à-toa que Allan Kardec os considerou, e com razão, como precursores do Espiritismo.

Essa questão da virtude, na história da filosofia, é uma das muitas questões ainda em aberto. Os neo-platônicos, existencialistas, marxistas, positivistas, neo-evolucionistas, e outros istas não se entendem em relação a essa questão. Nem mesmo os espiritistas. Intelectuais espíritas, de mentalidade cristã e formação religiosa, possuem pontos de vista nem sempre compatíveis com espíritas de mentalidade laica e formação mais filosófica e científica.

Segundo o Espiritismo, a evolução moral nem sempre acompanha a evolução intelectual. No processo evolutivo é necessário primeiramente o conhecimento do bem e do mal, somente possível em função do desenvolvimento do livre-arbítrio, conseqüência natural do aprimoramento intelectivo. A evolução moral é uma conseqüência da evolução intelectual. "A moral e a inteligência são duas forças que não se equilibram senão com o tempo" ( LE - p. 780-b).

A virtude, segundo o Espiritismo, é uma qualidade primária, um atributo, uma característica variável em função do nível evolutivo do Espírito, o sujeito pensante, que sente, reflete e age. A virtude é uma propriedade moral adquirida, conquistável. Segundo Kardec, "aquele que a possui a adquiriu pelos seus esforços nas vidas sucessivas, ao se livrar pouco a pouco das suas imperfeições" (O Evangelho Segundo o Espiritismo - Introdução - LAKE).

Para se combater os vícios, nada melhor do que aprimorar as virtudes, com conhecimento de causa. Aí está a chave da questão. O ato de reprimir as viciações é sempre louvável, mas se não vier acompanhado de um processo de autoconhecimento, de autopercepção, não terá sentido. Sem uma atitude racional, sem o devido bom senso, o que temos é a hipocrisia, a repressão cega e insensata com o verniz da virtude piedosa, uma usina produtora de sepulcros caiados.

A EDUCAÇÃO

O Espiritismo nos oferece uma compreensão racional muito bem fundamentada na observação, na experimentação. A base de todas as viciações se acha no abuso das paixões. "As paixões são como um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa." (LE - p. 908).

O princípio das paixões não é um mal. O mal está no exagero, nos excessos e nas conseqüências nefastas que possam existir quando há o abuso. Segundo o provérbio latino, "o abuso não desmerece o uso".

A saída que o Espiritismo propõe é a educação. Nesse sentido, podemos afirmar que, ao contrário dos filósofos clássicos, a virtude pode ser ensinada, não no sentido tecnológico, formal, mas como um conjunto de caracteres passíveis de serem moralmente formatados.

O comentário de Allan Kardec, a esse respeito, é bem elucidativo: "A educação, se for bem compreendida, será a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres como se conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los, da mesma maneira como se endireitam plantas novas. Essa arte, porém, requer muito tato, muita experiência e uma profunda observação. É um grave erro acreditar que basta ter a ciência para aplicá-la de maneira proveitosa." (LE - p. 917)

A educação segundo o Espiritismo é moralizante. O moralismo hipócrita não cabe em seus princípios. A educação espírita é libertária sem ser libertina. Ela não é religiosa; é cultural, reflexiva e tolerante.

Trabalho, solidariedade e tolerância, o lema que Kardec adotou para si se constitui, em termos sintéticos, numa atitude entusiasta e viril diante da vida. Sentimentos viciosos como a inveja, o orgulho, a hipocrisia, dentre tantos outros, se esvaem, tendem a se diluir e se reordenar diante do processo de transformação moral que o Espiritismo propõe, na incessante busca da sabedoria e da virtude.

MEDIUNIDADE

Eu costumo contar uma história sempre sobre a mediunidade consciente e inconsciente, acredito que talvez você goste e entenda.

VAMOS A HISTÓRIA:

Você acaba de comprar um carro novo e ainda não sabe dirigi-lo em longas distâncias e você chama uma pessoa para dirigir seu carro novo, em sua primeira viagem com o novo condutor você não consegue dormir no banco do carona e quando volta não se dá ao luxo de dar nem mesmo um cochilo, pois ainda não conhece a forma que o motorista conduz um carro e você fica em alerta por preocupações a seu novo carro.

Você faz um segundo convite ao motorista e lá vai voce apreensiva com o motorista, pois mesmo ele tendo conduzido seu carro novo muito bem pela primeira vez com toda certeza ele ainda não teve como lhe provar que você pode confiar da condução de seu carro novo.

Você começa a viajar muito com o motorista e depois de várias viagens você começa a ter confiança no motorista e começa dar ao luxo de tirar alguns pequenos cochilos durante a viagem e quando acorda percebe que aquele motorista é bom e mesmo em seus cochilos você já pode confiar no mesmo, pois quando desperta percebe que lá está ele e seu carro em perfeita harmonia e destreza, lógico que ele tratando seu carro com muito cuidado e respeito, tal como se fosse dele.

Passa-se algum tempo e voce já acostumada com aquele motorista você começa a dormir quase a viagem toda, mas dorme tranquila e sabes que a qualquer momento poderás acordar e lá estará o motorista conduzindo seu veiculo até melhor do que você estaria se soubesse dirigir como ele, pois ele além de respeitar as Leis ele ainda respeita muito seu carro, mas você ainda acorda algumas vezes durante a viagem e quando chegar ao seu intinerário poderá saber tudo que se passou na viagem.

Chega o momento onde você confia totalmente no motorista e sabes bem como é a viagem que ele conduz seu veiculo e sabes ainda que poderás saber tudo que aconteceu no percurso daquela viagem e até mesmo dos buracos que ele desviou no percurso daquela viagem, mas aquela viagem não lhe diz mais respeito nem mesmo o intinerário, pois você já roga ao motorista que nem mesmo fale dos detalhes daquela viagem ou ainda pede apenas para ele falar de algumas partes da mesma.

Fim da História:

Carro novo - seu corpo
Motorista - Entidade

Entenda que você pode não querer saber mesmo o que acontece na grande viagem, mas não quer dizer que você não possa saber ou interferir na viagem, até mesmo poderá pegar a direção em trechos que você conhece ou ainda indicar novos rumos para a viagem, onde você pode interferir em qualquer coisa dessa viagem, pois você é a dona do veículo e ele apenas o condutor, o motorista, mas tem que ter idéia que a viagem só será dignificante quando estão em harmonia carro + motorista + proprietário do carro, fora isso a viagem poderá desandar.

Infelizmente por vergonha, medo ou ego, muitos preferem dizer que nada lembra, assim é mais fácil ter mais "clientes", ao contrário talvez de você e com toda certeza ao contrário desse que vos fala, pois deixo publico e notório aos consulentes e médiuns que sou totalmente consciente e a maioria das Entidades que trabalho avisam antes mesmo de atender alguém que sou um médium consciente, alguns entendem, outros não, alguns apenas deixam e vão para a Entidade ao lado, que não falam que seus médiuns são consciente, mas venho a 7 anos fazendo isso e as Entidades que comigo trabalho também e não importo de ter muitos consulentes para que as Entidades deem consultas e sim que ali estou para praticar a caridade e quando essas entidades que trabalho dão consultas com toda certeza o consulente volta, pois gostou do que ouviu e principalmente da verdade que foi dita pela Entidade, e com toda certeza explica tudo que aqui expliquei e até mesmo com a história que Pai Benedito de Aruanda costuma contar sobre a mediunidade consciente ou não que aqui eu lhe repasso.

Quanto a quem mente com toda certeza todos irão um dia ter que pagar seus débitos e se for nosso débito ou débito deles ambos irão pagar o preço exigido pela espiritulidade, mas com toda certeza não cairemos em descréditos ou ainda não corremos o risco de cair em contradições tais como eles caem, e como sempre digo "cada um com seu cada um e vamos vivendo a Umbanda", com toda certeza teremos diversos comentários a respeito da inconsciencia total, mas que eles estudem sobre a mesma e irão perceber que esta é uma mediunidade que traz riscos aos médiuns e principalmente que são muitos poucos médiuns que realmente tem esta mediunidade e ainda que este poderá estar recebendo um espirito obsessor e não uma Entidade de Luz e isso não é só na Umbanda não e sim na espiritualidade como um todo, ou seja, onde houver médiuns.

Alex de Oxossi

Animismo

Maísa Intelisano

DEFINIÇÃO DE ANIMISMO
A palavra ANIMISMO vem do latim ANIMA que significa alma e foi usada, pela primeira vez, por Alexander Aksakov em seu livro “Animismo e Espiritismo” para designar “todos os fenômenos intelectuais e físicos que deixam supor uma atividade extracorpórea ou à distância do organismo humano e, mais especialmente, os fenômenos mediúnicos que podem ser explicados por uma ação que o homem vivo exerce além dos limites do corpo.”
André Luiz em seu livro “Mecanismos da Mediunidade”, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, define animismo como sendo “o conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação.” Já Richard Simonetti em seu livro “Mediunidade – Tudo o que você precisa saber”, diz que animismo, “na prática mediúnica, é algo da alma do próprio médium, interferindo no intercâmbio.”
Ramatis no livro “Mediunismo”, pela psicografia de Hercílio Maes, diz que “animismo, conforme explica o dicionário do vosso mundo, é o “sistema fisiológico que considera a alma como a causa primária de todos os fatos intelectivos e vitais”.
“O fenômeno anímico, portanto, na esfera de atividades espíritas, significa a intervenção da própria personalidade do médium nas comunicações dos espíritos desencarnados, quando ele impõe algo de si mesmo à conta de mensagens transmitidas do Além-Túmulo.”
Partindo de definições como estas o termo passou a ser usado de forma negativa e pejorativa para tudo aquilo que fosse produzido por um médium, mas que não tivesse qualquer contribuição ou participação de espíritos desencarnados. Com essa definição o animismo passou a ser o pesadelo de todos os médiuns, especialmente os iniciantes, por ser usado como sinônimo de mistificação e fraude.
Animismo e mistificação
No entanto, mistificação é outra coisa completamente diferente, caracterizada pela fraude consciente do médium e a simulação premeditada do fenômeno mediúnico, com intenção de enganar os outros. Médium mistificador, portanto, é aquele que FINGE, premeditada e conscientemente, estar em transe mediúnico, recebendo comunicação de espíritos desencarnados quando, na verdade, está apenas inventando a mensagem para impressionar ou agradar as pessoas que estão à sua volta.
A atuação anímica do médium, por sua vez, acontece de forma quase sempre insconsciente, de modo que o próprio médium dificilmente consegue perceber a sua própria interferência ou participação no fenômeno que manifesta, não conseguindo separar o que é seu do que é criação mental do comunicante, mesmo quando o fenômeno, em si, é consciente.
É o que nos diz Hermínio C. Miranda em seu livro “Diversidade dos Carismas”, quando afirma que “o fenômeno fraudulento nada tem a ver com animismo mesmo quando inconsciente. Não é o espírito do médium que o está produzindo através de seu corpo mediunizado, para usar uma expressão dos próprios espíritos, mas o médium como ser encarnado, como pessoa humana, que não está sendo honesto nem com os assistentes nem consigo mesmo. O médium que produz uma página por psicografia automática, com os recursos do seu próprio inconsciente não está, necessariamente, fraudando e sim, gerando um fenômeno anímico. É seu espírito que se manifesta. Só estará sendo desonesto e fraudando se desejar fazer passar sua comunicação por outra, acrescentando-lhe uma assinatura que não for a sua ou atribuindo-a, deliberadamente, a algum espírito desencarnado.”(grifo nosso)
Animismo não é defeito mediúnico
O animismo não é, portanto, defeito mediúnico e nem deve ser tratado como distúrbio ou desequilíbrio da mediunidade ou do médium. Na verdade, como parte dos fenômenos psíquicos humanos, deve ser considerado também parte do fenômeno mediúnico já que, como diz Richard Simonetti no livro já citado, “o médium não é um telefone. Ele capta o fluxo mental da entidade e o transmite, utilizando-se de seus próprios recursos“.(grifo nosso) “Se o animismo faz parte do processo mediúnico sempre haverá um porcentual a ser considerado, não fixo, mas variável, envolvendo o grau de desenvolvimento do médium.”
Hermínio Miranda, no livro já citado, diz que, “em verdade, não há fenômeno espírita puro, (grifo nosso) de vez que a manifestação de seres desencarnados, em nosso contexto terreno, precisa do médium encarnado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado) e, portanto, anímicas.”
Interessante também vermos algumas anotações de Kardec referentes a instruções dos espíritos, em “O Livro dos Médiuns”: “A alma do médium pode comunicar-se como qualquer outra.” (…) “O espírito do médium é o intérprete porque está ligado ao corpo que serve para a comunicação e porque é necessária essa cadeia entre vós e os espíritos comunicantes, como é necessário um fio elétrico para transmitir uma notícia à distância e, na ponta do fio, uma pessoa inteligente que a receba e comunique.”
Em nota de rodapé, José Herculano Pires que traduziu a 2ª edição francesa de “O Livro dos Médiuns” diz que “o papel do médium nas comunicações é sempre ativo. Seja o médium consciente ou inconsciente, intuitivo ou mecânico, dele sempre depende a transmissão e sua pureza.”
Quando Kardec, ainda no mesmo livro, pergunta se “o espírito do médium não é jamais completamente passivo”, os espíritos lhe respondem dizendo que “ele é passivo quando não mistura suas próprias idéias com as do espírito comunicante, mas nunca se anula por completo. Seu concurso é indispensável como intermediário, mesmo quando se trata dos chamados médiuns mecânicos.”
Hermínio Miranda, citando ensinamento dos espíritos no livro de Kardec, diz ainda que “assim como o espírito manifestante precisa utilizar-se de certa parcela de energia que vai colher no médium para movimentar um objeto, também para uma comunicação inteligente ele precisa de um intermediário inteligente, ou seja, do espírito do próprio médium. (…) O bom médium, portanto, é aquele que transmite, tão fielmente quanto possível, o pensamento do comunicante, interferindo o mínimo que possa no que este tem a dizer. Reiteramos, portanto, que não há fenômeno mediúnico sem participação anímica. (grifo nosso) O cuidado que se torna necessário ter na dinâmica do fenômeno não é colocar o médium sob suspeita de animismo, como se o animismo fosse um estigma e sim, ajudá-lo a ser um instrumento fiel traduzindo, em palavras adequadas, o pensamento que lhe está sendo transmitido sem palavras pelos espíritos comunicantes.
Animismo como coadjuvante no fenômeno mediúnico
Quando Kardec, ainda no “O Livro dos Médiuns”, pergunta aos espíritos se “o espírito do médium influi nas comunicações de outros espíritos que ele deve transmitir”, recebe a seguinte resposta: “Sim, pois se não há afinidade entre eles, o espírito do médium pode alterar as respostas, adaptando-as às suas próprias idéias e às suas tendências.” Em seguida, Kardec lhes pergunta se “é essa a causa da preferência dos espíritos por certos médiuns”, ao que os espíritos respondem: “Não existe outro motivo. Procuram intérprete que melhor simpatize com eles e transmita com maior exatidão o seu pensamento.”
Vemos, portanto, que mais que parte integrante, o animismo é, até certo ponto, condição necessária para o fenômeno mediúnico, garantindo a sintonia adequada para que a transmissão seja o mais fiel possível às idéias do comunicante. Sem o conteúdo do médium é muito mais difícil para o espírito transmitir-lhe suas idéias e o que pretende com elas. De posse do conteúdo mental e até emocional do médium, no entanto, torna-se muito mais fácil para o espírito fazer-se entendido podendo, assim, transmitir com mais naturalidade e desenvoltura o seu raciocínio.
No livro “Mediunismo”, Ramatis nos diz que “mesmo na vida física é necessário ajustar-se cada profissional à tarefa ou responsabilidade que favoreça o melhor êxito ou eficiência para alcance dos objetivos em foco. (…) Da mesma forma, o espírito do médico desencarnado logrará mais êxito ao se comunicar com o mundo material, se dispuser de um médium que também seja médico. Quando o médium e o espírito manifestante afinizam-se pelos mesmos laços intelectivos e morais, ou coincide semelhança profissional, as comunicações mediúnicas tornam-se flexíveis, eloqüentes e nítidas. (…) Os espíritos não se preocupam em eliminar radicalmente o animismo nas comunicações espíritas porque o seu escopo principal é o de orientar os médiuns, aos poucos, para as maiores aquisições espirituais, morais e intelectivas, a ponto de poderem endossar-lhes, depois, as comunicações anímicas, como se fossem de autoria dos desencarnados.”
Notamos, assim, que a preocupação com o animismo é muito mais de médiuns e dirigentes, do que dos espíritos que se comunicam nas reuniões mediúnicas.
Mediunidade consciente, semiconsciente e inconsciente
Mediunidade consciente é aquela em que o médium, como o próprio nome diz, permanece consciente durante todo o transe, registrando a mensagem e quase tudo o que se passa à sua volta durante a comunicação e participando ativa e conscientemente do fenômeno, imprimindo à mensagem muito de suas características pessoais. Neste caso, a comunicação se faz mente a mente, telepática e/ou energeticamente, sem o desdobramento do médium. Mais de 70% dos médiuns apresentam este tipo de fenômeno.
Mediunidade inconsciente é aquela em que, ao contrário da anterior, o médium, a partir da ligação com o espírito comunicante, fica inconsciente, incapaz de registrar qualquer parte da mensagem ou mesmo de qualquer coisa que ocorra à sua volta durante o transe. Neste caso, o médium é totalmente afastado de seu corpo físico, permanecendo projetado durante a comunicação, e o espírito assume o comando do órgão físico correspondente ao tipo de mensagem (psicografia - braço e mão; psicofonia – garganta; ectoplasmia - cérebro) a ser transmitida, sem que o conteúdo da mensagem passe pela sua mente.
Entre as duas, poderíamos citar a mediunidade semiconsciente que é aquela em que o médium percebe o que se passa à sua volta, mas não é capaz de registrar completamente todos os detalhes, nem mesmo da mensagem que está transmitindo. Neste caso o médium é afastado parcialmente de seu corpo físico e o comunicante se coloca entre este e o seu perispírito, ligando-se tanto com a sua mente como com o órgão físico correspondente ao tipo de mensagem, atuando duplamente.
Importante notar que fenômeno mediúnico consciente não é o mesmo que fenômeno anímico.
No fenômeno consciente, a mensagem não é do médium, embora ele esteja consciente de todo o processo e participe do fenômeno que ocorre com ele, sem interferir no seu conteúdo, sem deturpar a idéia central da mesma. O estilo, o vocabulário, a forma e o tom da mensagem são seus, mas o tema, a idéia, a essência e o conteúdo são da entidade. Por este motivo, médiuns conscientes costumam transmitir mensagens muito parecidas em termos de estilo e forma, porque é mais ou menos como se recebecem dos mentores um tema e alguns tópicos para redação e coubesse a eles desenvolvê-los, com seu jeito e palavras.
Já no fenômeno anímico, é o espírito do próprio médium que se comunica e dá a mensagem através de seu próprio corpo em transe, na maioria das vezes sem que tenha consciência de que é ele mesmo que está passando a mensagem, mesmo que esteja consciente do fenômeno e durante o fenômeno. Ou seja, ele pode até estar consciente de tudo, mas não tem consciência de que é ele mesmo que está se comunicando e transmitindo uma mensagem. Ele pode acompanhar o desenrolar da comunicação, mas não sabe que o comunicante é ele mesmo, ou uma porção inconsciente de sua própria consciência ou espírito…
Importante ressaltar também que é possível a espíritos encarnados se afastarem de seu corpo físico, em desdobramento ou projeção, e se manifestarem por intermédio de outros encarnados que sejam médiuns sem que, no entanto, este seja um fenômeno anímico. Na verdade, este é um fenômeno mediúnico entre encarnados (ou entre vivos como, incorretamente, se convencionou chamar, já que vivos somos todos encarnados e desencarnados), pois caracteriza-se pela interação espiritual de duas consciências encarnadas diferentes.
Animismo como conscientização para o estudo e a prática constantes
Se, como diz Hermínio C. Miranda, não há fenômeno mediúnico sem participação anímica, é importante que o médium se conscientize da necessidade e da importância do estudo sistemático e da prática constante, como meios de garantir uma participação anímica de melhor nível nas comunicações mediúnicas que se fazem por seu intermédio. Quanto mais conhecimento técnico e teórico tiver o médium, mais fácil será para mentores e amparadores encontrarem, em seus arquivos mentais, material em sintonia com as mensagens a serem transmitidas. Da mesma forma, quanto mais prática, quanto mais vivência mediúnica e espiritual tiver o médium, mais fácil será para ele mesmo compreender o sentido do que lhe é transmitido, podendo repassar com mais segurança e desenvoltura as idéias que recebe mentalmente.
Capacidades anímicas erroneamente classificadas como capacidades mediúnicas
Sendo o animismo a interferência, participação ou mesmo manifestação do espírito do próprio médium no fenômeno, vamos notar que determinadas capacidades psíquicas, classificadas como mediúnicas são, na verdade, anímicas por serem capacidades inerentes ao próprio ser humano, pois não dependem da interferência ou ação de mentes externas, encarnadas ou desencarnadas, para se manifestarem.
Vejamos alguns desses casos:
- clarividência, incluindo a precognição, a retrocognição e a visão à distância, que são tipos de clarividência;
- telepatia que, embora precise de outra mente para se caracterizar, é anímica, funcionando como interação entre receptor e emissor;
- psicometria, que poderia ser considerada também um tipo de clarividência, já que se trata da visualização de fatos e cenas, geralmente passados, relacionados a objetos;
- clariaudiência;
- transmissão de energias, seja por que técnica ou método for, desde o passe comum até bênçãos, etc.
- desdobramento ou desprendimento astral, mesmo os ocorridos durante trabalhos mediúnicos ou os provocados mediunicamente, ou seja, por espíritos desencarnados.
Acontece que, muitas vezes, estas capacidades são despertadas ou desenvolvidas com a ajuda direta de espíritos desencarnados, dando a impressão de serem mediúnicas. Nesse caso, a capacidade é anímica, pois é da pessoa e poderia se manifestar sem o auxílio de espíritos, mas a sua manifestação é mediúnica, pois só acontece quando entidades desencarnadas atuam, com energias e fluídos, sobre os comandos que a controlam. Acontece também de, muitas vezes, os espíritos desencarnados se comunicarem com as pessoas por meio dessas capacidades anímicas, dando também a impressão de serem mediúnicas. Nesse caso, a capacidade é anímica, pois existe independentemente da presença dos desencarnados, mas o uso é mediúnico, já que é utilizada para a comunicação ou a transmissão de mensagens de espíritos desencarnados para os encarnados.